Um cenário de dólar alto, aliado à retomada de demanda internacional por produtos brasileiros, levou à disparada nos preços de commodities no atacado
Uma “tempestade perfeita” levou o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) a registrar alta de 4,34% em setembro, ante 2,53% em agosto – a mais forte elevação desde dezembro de 2002 (4,87%). A observação partiu de André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV). Um cenário de dólar alto, devido à forte desvalorização do real causada por incertezas que rondam o cenário externo e a economia brasileira – principalmente na parte fiscal – aliado à retomada de demanda internacional por produtos brasileiros, levou à disparada nos preços de commodities no atacado, afirmou ele. “Foi realmente uma tempestade perfeita”, admitiu ele. Os fatores conduziram à alta de 5,99% no Índice de Preços ao Produtor Amplo -10 (IPA-10) em setembro, quase o dobro de agosto (3,38%) e a mais forte taxa desde novembro de 2002 (6,40%). O varejo, no entanto, segue sem acelerações, devido ao enfraquecimento da demanda interna causado por crise econômica originada de covid-19. Isso porque, com emprego desfavorável e menor renda, não há ambiente para promover repasses, mesmo com alta de custos originada por atacado, notou Braz. Mas embora isso seja boa notícia para a inflação ao consumidor desse ano, pode ser preocupação para 2021, alertou o técnico. Isso porque, com provável recuperação da economia no próximo ano, haverá movimento de repasses represados, observou o especialista – o que pode contribuir para pressionar inflação nos IGPs no ano que vem.
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Fonte: REUTERS