O volume de soja embarcado pelo Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá de janeiro ao fim de agosto deste ano já supera o total exportado em 2019. Nos oito primeiros meses, foram exportadas 11,1 milhões de toneladas da oleaginosa, o que corresponde a 5,1% a mais do que o embarcado ao longo de todo o ano passado.
Considerando todos os graneis sólidos – soja, farelo e milho –, o volume movimentado até agosto de 2020 chegou a cerca de 14,9 milhões de toneladas. Isso corresponde a 74% das 20,2 milhões de toneladas movimentadas ao longo de todo o ano passado. Ou seja, a expectativa é de que o volume de graneis embarcados também supere a marca de 2019.
“A atividade portuária foi na contramão dos demais setores da economia mundial. Isso porque nós abastecemos outros países com alimentos. O Paraná é um grande produtor, considerado celeiro do mundo. Nós conseguimos abastecer o mercado interno e mandar o excedente para o mercado externo”, destaca o presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O bom momento é motivado, principalmente, pelo tempo seco, câmbio favorável e a safra recorde de soja. Em agosto, os valores de comercialização do produto atingiram R$ 135,00. O recorde para a saca é de R$ 139,00, em setembro de 2012.
A comercialização está bem adiantada no Brasil. A safra 2021 já tem quase 60 milhões de toneladas negociadas, a um preço médio de R$ 122,00 a saca. O que chama a atenção dos especialistas do setor é a antecipação da venda das próximas duas safras, com mais de 3 milhões de toneladas negociadas.
“Esses recordes de volume e bons números de comercialização, por um lado, refletem a força do nosso agronegócio, que mesmo durante uma pandemia, não parou e vem sustentando a economia nacional. Por outro lado, ressaltam o excelente trabalho do Porto de Paranaguá, que fez uma operação de guerra para manter os embarques durante o período de isolamento social e que absorveu a nossa safra recorde”, disse o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.
O principal destino da soja em grãos é a China (91%), com outros 14 países comprando 10% do produto que sai via Paranaguá. Já o farelo de soja, 23% são enviados para Holanda, 18% para França e 13% para Coreia do Sul. O restante é destinado para outros 15 países.
Fonte: CNA Brasil