Instabilidade gerada pelas políticas protecionistas dos EUA abre espaço estratégico para o Brasil, mas também exige reposicionamento global do agronegócio nacional.
O Que É a Era da Trumpulence?
O termo “Trumpulence”, cunhado por analistas políticos e econômicos, descreve o cenário de volatilidade gerado pela nova onda protecionista nos EUA sob o retorno de Donald Trump à presidência. O aumento de tarifas, tensões com a China e ataques às instituições multilaterais têm impactos diretos no comércio global, especialmente no setor agroalimentar.
Brasil Ganha Espaço no Vácuo Comercial Sino-Americano
Com os EUA impondo tarifas de até 104% sobre produtos chineses e a China retaliando com barreiras sobre alimentos, commodities e bens manufaturados norte-americanos, o Brasil surge como fornecedor alternativo — especialmente em grãos, carnes e algodão.
Oportunidade de Crescimento, Mas com Riscos
Embora o cenário favoreça o aumento das exportações, ele também impõe desafios. A alta do dólar encarece insumos, e a dependência da China como principal mercado preocupa. Além disso, o risco de novas sanções ou ajustes nas relações diplomáticas pode comprometer a previsibilidade das vendas.
A conjuntura atual exige que o Brasil fortaleça acordos comerciais com Europa, Ásia, África e América Latina para reduzir vulnerabilidades. Entidades como ApexBrasil e MAPA estão revendo a estratégia de promoção comercial para ampliar a presença em feiras, rodadas e pactos bilaterais.
Tecnologia e Imagem Internacional como Ativos
Para manter competitividade e atrair novos compradores, o agro brasileiro precisa reforçar sua imagem de sustentabilidade, qualidade e segurança alimentar. O uso de inteligência artificial, certificações ESG e storytelling de origem têm se tornado armas diplomáticas no agro 4.0.
A Turbulência É Real, Mas Também é Oportunidade
A era da Trumpulence pode impulsionar o agro brasileiro — mas só se o setor conseguir traduzir instabilidade em estratégia, reação em antecipação e risco em liderança global.
Fontes: Forbes Agro, CNN Brasil, Valor Econômico, ApexBrasil, MAPA, South China Morning Post, Bloomberg, Financial Times