Cenario Rural

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Soja brasileira resiste à oscilação cambial e se mantém valorizada

Os preços da soja no Brasil mantiveram-se firmes esta semana, apesar da queda nas cotações em Chicago e da estabilidade dos prêmios. Segundo a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o câmbio variando entre R$ 5,44 e R$ 5,49 por dólar não impediu a soja de continuar valorizada no mercado interno.

No Rio Grande do Sul, a média estadual subiu para R$ 124,43 por saco, uma das mais altas da safra atual. Nas principais praças gaúchas, os valores permaneceram entre R$ 121,00 e R$ 122,00 por saco. Em outras regiões do país, o preço da soja oscilou entre R$ 116,00 e R$ 123,00 por saco. Há um ano, os preços eram ligeiramente superiores: a média no Rio Grande do Sul era de R$ 127,00 por saco, com as principais praças negociando a R$ 126,00, e outras regiões com preços variando entre R$ 108,00 e R$ 121,00 por saco.

De acordo com previsões privadas, a produção final brasileira de soja na última safra deve alcançar 152,5 milhões de toneladas, com esmagamento de 54,5 milhões, resultando em 41,7 milhões de toneladas de farelo e 11 milhões de toneladas de óleo de soja. Para as exportações, espera-se um total de 97,8 milhões de toneladas de grãos, 21,6 milhões de farelo e 1,1 milhão de óleo. A maioria dos analistas, no entanto, prevê uma safra entre 142 e 148 milhões de toneladas.

Em junho, o Brasil deve exportar 14,9 milhões de toneladas de soja, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Se confirmado, este volume será um milhão de toneladas superior ao exportado no mesmo mês do ano passado e 1,5 milhão a mais que em maio.

A redução das importações chinesas, como parte de uma mudança na matriz de rações e na tentativa de reduzir a dependência da soja, coloca o Brasil diante de novos desafios. O consumo interno de biocombustíveis se torna crucial para manter o crescimento do plantio de soja. No entanto, a produção de farelo precisará aumentar significativamente suas exportações para sustentar a oferta de grãos, caso contrário, o plantio da oleaginosa pode encontrar seu limite.

Com potencial para produzir até 170 milhões de toneladas em condições climáticas normais, o Brasil poderá ver os preços da soja caírem ligeiramente se as cotações em Chicago permanecerem estáveis e o câmbio retornar aos níveis entre R$ 4,80 e R$ 5,00. Nessa situação, o preço ao produtor gaúcho poderia cair para entre R$ 110,00 e R$ 115,00 por saco, uma diferença de R$ 9,00 a R$ 14,00 a menos do que a média atual no estado.

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