Com expectativa de mais um ano de seca severa na Amazônia, a Associação dos Terminais Portuários e estações de Transbordo deCargas da Bacia Amazônica, já prevê uma queda significativa na movimentação de granéis vegetais nos portos da região em 2024, devido aos problemas climáticos que Mato Grosso enfrenta, como a seca e as queimadas, isso atrasou o plantio afetando diretamente o volume de carga.
No primeiro semestre de 2024, o volume de milho movimentado nos portos amazônicos caiu 11,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, somando 3 milhões de toneladas, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Em termos de todos os granéis vegetais sólidos, foram movimentadas 26 milhões de toneladas, uma leve queda em relação aos 26,5 milhões de toneladas do primeiro semestre de 2023.
A região amazônica, que abriga os principais terminais do Arco Norte, tornou-se uma via crucial para o escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste do Brasil, aproveitando os rios Tapajós e Madeira. No entanto, esses rios enfrentam condições críticas. O rio Madeira, por exemplo, registrou uma profundidade histórica de 2,07 metros em Porto Velho, Rondônia, em 6 de agosto, muito abaixo dos 3,86 metros registrados no ano anterior e da média histórica de 5,8 metros.
O rio Tapajós também enfrenta desafios, com uma profundidade de 4,74 metros em Santarém, abaixo dos 5,79 metros observados no mesmo período do ano passado, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
A Amport já entregou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) um plano de dragagem para as passagens mais críticas do Tapajós, e a expectativa é que as obras comecem em setembro, após a obtenção das licenças necessárias. “Estamos ansiosos e otimistas de que até setembro teremos a dragagem dessas passagens críticas para mitigar um possível efeito da seca na navegação”, afirmou Acatauassú.
Além dos impactos na navegação, a falta de chuvas também está afetando a produção de grãos no Norte do Brasil. A Aprosoja-Pará relatou queda significativa na produtividade das lavouras de milho, com algumas áreas registrando produtividade abaixo de 30 sacas por hectare. Em Rondônia, a produtividade média da soja caiu 13% na safra 2023/24, e as perspectivas para a safra 2024/25 são igualmente preocupantes.