Uma das gratas surpresas no segmento da pecuária, neste final de ano, é a premiação recebida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT), em terceiro lugar com o projeto de pesquisa “Integração de sistema agroecológico e meliponicultura”, desenvolvido ao longo de 2019. A pesquisa focou no levantamento dos recursos florais nativos e cultivados de forrageio pelas abelhas sem ferrão desenvolvida no Terraquarium, “Meliponário Educador”, no ambiente Cerrado, instalado no Centro Luterano Universitário de Palmas (CEULP/ULBRA). A premiação foi concedida pelo centro acadêmico durante a XX jornada de Iniciação Científica, em Palmas.
A pesquisa buscou embasamento no levantamento fitossociológico das espécies de abelhas arbóreas nativas do Cerrado e, posteriormente espécies cultivadas: frutíferas, madeireiras, olerícolas, culturas anuais, plantas medicinais e Plantas Alimentícias não Comestíveis (PANC) espontâneas. Na sequência a observação focou na caracterização das espécies com recurso floral para forrageio, por meio literário, tendo com parâmetros a família e nome científico. Na ocasião foram identificadas 96 espécies vegetais em 41 botânicas. Notou-se a prevalência de espécies originadas pelo cultivo e nativas do Cerrado, possibilitando a área estuda a implementar uma meliponcultura.
De acordo com a médica veterinária da Seagro, Érika Jardim, essa premiação é graças ao edital 001/2018 firmado entre a Seagro e FAPT para receber o material de apicultura e meliponicultura e, assim, fomentar essa atividade no Estado. “Essa pesquisa é fundamental para levarmos dados sobre essas atividades aos produtores do Estado e, posteriormente elaborarmos políticas públicas de extensão rural e fomento a produção de mel no Tocantins”, disse.
Para a professora e orientadora Conceição Aparecida Previero, esse prêmio (troféu), ou seja, o resultado final dessa pesquisa servirá para desenvolver ações no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, por meio de vivências e práticas com a comunidade acadêmica, estudantes, comunidades tradicionais e agricultores familiares. “E assim, elaborar ações que fortaleçam o desenvolvimento de atividades voltadas para a agricultura familiar e difusão de tecnologia sustentáveis, com enfoque em sistemas agroecológicos, neste caso meliponicultura”, disse.
Vocação
A professora destaca ainda que o Estado do Tocantins está inserido na região da Amazônia Legal, numa das áreas brasileiras que mais sofre pressões devido ao impacto ambiental. “Tal quadro inova, como desafio, a implantação de tecnologias sustentáveis, além do manejo e manutenção da diversidade de espécies. Neste contexto, faz se necessário inserir a criação de abelha sem ferrão, que também se encontra em franca expansão, devido às condições edafoclimáticas e características de produção sob estrutura de sistemas agroflorestais”, reforçou.
A pesquisa foi realizada pela acadêmica do curso de Biomedicina, (CEULP/ULBRA), Layane Souza Barros, orientada pela professora, Conceição Aparecida Previero.
Fonte: Seagro