A saúde está no foco das atenções diante do cenário de pandemia que vivemos. Em levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas, em abril deste ano, a saúde pessoal e dos familiares apareceu como a maior preocupação da população brasileira, à frente da situação financeira. Desse modo, oferecer às pessoas alimentos em quantidade e qualidade é essencial em meio à crise sanitária que vivemos, sendo o agricultor o agente fundamental deste processo.
Ao longo dos últimos meses, a atuação do setor agrícola foi desafiadora e memorável. Isso porque não é o produtor rural quem determina sua agenda de trabalho, mas as condições climáticas que estabelecem a hora de plantar e colher. As culturas continuaram no campo e o agricultor se manteve corajoso para seguir suas operações, com todas as adaptações necessárias, para que não trouxesse risco à saúde dos envolvidos no processo e para que a segurança alimentar da população brasileira fosse garantida.
Além das adequações às novas exigências dos órgãos de saúde, o produtor precisou se adaptar às mudanças de canais de distribuição dos alimentos e dos hábitos de consumo. Intermediários da cadeia alimentar, como hotéis e restaurantes, suspenderam ou diminuíram suas operações, já os mercados, empórios e estabelecimentos de frutas e verduras passaram a ser o grande distribuidor de alimentos para a população. As refeições, que passaram a ser feitas em casa, também apresentaram alteração, com cardápios mais simples, elevando o consumo de alguns alimentos em detrimento de outros.
Neste cenário de adaptações, a tecnologia se mostrou essencial no processo. A automação de máquinas e aplicativos têm permitido fazer mais com menos recursos, se tornando essenciais para a manutenção das atividades no campo e para suprir a ausência do contato físico.
Ferramentas inovadoras ligadas ao manejo dos cultivos também ganharam espaço e maior atenção do setor. Soluções naturais que visam aumento da produtividade e da qualidade do que é produzido, de maneira sustentável, contribuem diretamente para atender as exigências do consumidor por um alimento cada vez mais saudável. Produtos seguros, com menos resíduos químicos, e de menor impacto ao meio ambiente tem se tornado obrigação em um cenário em que a preocupação com a saúde é prioridade na vida de todos.
Do lado do produtor coube ter a serenidade de contribuir para que todas essas mudanças acontecessem da maneira mais rápida possível. A agricultura foi forte e estável, continuou atendendo a produção e distribuição de alimentos. Além disso, economicamente é o setor que tem mantido seus números. Diversos segmentos vão retrair e isso vai afetar diretamente o PIB brasileiro, sendo o agronegócio o responsável por dar um fôlego no resultado.
Está claro que a agricultura não é a vilã, mas, sim, a salvaguarda.
Ney Ibrahim, engenheiro agrônomo e diretor comercial da Alltech Crop Science no Brasil
Fonte: Centro de Comunicação