Na noite de 2 de abril de 2025, a Rússia intensificou seu envolvimento na guerra contra a Ucrânia ao lançar uma bomba de três toneladas sobre uma represa na vila de Popovka, região de Belgorod, próxima à fronteira com o território ucraniano. A bomba, do tipo FAB-3000, é uma das mais pesadas do arsenal convencional russo e foi empregada com o objetivo de conter avanços estratégicos das forças ucranianas.
Alvo Militar ou Ataque à Infraestrutura Civil?
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a represa servia como ponto logístico para suprimentos das tropas ucranianas que operam na região de Sumy. No entanto, especialistas independentes e observadores internacionais questionam a proporcionalidade do ataque, já que a destruição da barragem causou inundações em zonas civis e danos a áreas agrícolas ao redor da estrutura.
Imagens divulgadas nas redes sociais e confirmadas por fontes ucranianas mostram o alagamento de vilarejos próximos à represa. As águas avançaram sobre plantações, estradas e moradias, gerando alertas de evacuação. A destruição de infraestrutura hídrica, além de afetar a agricultura local, levanta preocupações sobre acesso à água potável para milhares de pessoas.
Bombardeios Também Atingem Kharkiv
No mesmo dia, ataques com drones russos atingiram a cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia, provocando incêndios em edifícios residenciais e deixando ao menos 28 feridos. O prefeito da cidade classificou os bombardeios como “terrorismo deliberado contra civis”, enquanto sirenes de alerta aéreo voltaram a soar em outras regiões do país.
A União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido condenaram a ação e classificaram o ataque à represa como uma escalada perigosa do conflito. Em comunicado conjunto, líderes ocidentais afirmaram que o uso de armas de grande impacto contra infraestrutura hídrica crítica fere convenções internacionais de guerra e pode ser interpretado como crime de guerra.
Implicações Militares e Estratégicas
Militares ucranianos afirmam que, apesar da destruição da represa, as rotas alternativas de abastecimento continuam ativas. Ainda assim, reconhecem que o ataque atrasará manobras planejadas para as próximas semanas. Para o Kremlin, o episódio serve como demonstração de força e um alerta contra incursões em solo russo.
Além do drama humanitário, o episódio pode afetar a produção agrícola da região de Sumy e Belgorod, que concentram importantes áreas de cultivo. A destruição de canais de irrigação e o encharcamento de solo fértil podem comprometer parte da safra de grãos, com repercussões no abastecimento interno e nas exportações.
Rússia Ignora Críticas e Reforça Retórica
Em Moscou, o governo russo ignorou as críticas internacionais e reafirmou sua disposição de “usar todos os meios necessários para defender o território nacional”. A mídia estatal celebrou a operação como um sucesso militar e acusou o Ocidente de hipocrisia ao condenar a ação.
Diplomacia Fragilizada
As chances de retomada de negociações diplomáticas se distanciam após o ocorrido. Representantes da ONU e da Cruz Vermelha continuam pressionando por corredores humanitários e acesso irrestrito a áreas afetadas, mas as hostilidades tornam o diálogo cada vez mais difícil.
A detonação de uma represa com uma bomba de três toneladas pela Rússia marca um novo capítulo sombrio na guerra. Além dos riscos imediatos à vida e ao meio ambiente, o episódio sinaliza que a escalada militar está longe de acabar, colocando ainda mais pressão sobre a diplomacia internacional para conter o conflito antes que seus efeitos se tornem irreversíveis.
Fontes: O Globo, CNN Brasil, Reuters, Folha de S.Paulo, Ministério da Defesa da Rússia, Governo da Ucrânia