O dólar fechou em queda na terça-feira, em dia positivo para ativos de risco no mundo e com expectativas de retomada da agenda local de reformas após vitória de aliados do governo nas eleições para Câmara e Senado
O dólar à vista caiu 1,70%, a 5,3562 reais na venda, após oscilar entre 5,3442 reais (-1,92%) e 5,4225 reais (-0,48%). Na lista de ganhadores contra o dólar na sessão, a moeda brasileira era seguida por peso colombiano, peso mexicano e rand sul-africano –que também se beneficiam de demanda por risco. O mercado aguardava mais estímulos fiscais nos Estados Unidos enquanto se mantinha atento à safra de balanços corporativos por lá. “No geral, os votos esmagadores de ambos os candidatos em torno (ou acima) da maioria constitucional (60%) em ambas as Casas Legislativas devem fortalecer a interpretação de que as reformas estruturais têm maior probabilidade de serem aprovadas, apoiando os preços dos ativos domésticos”, disse o Citi em nota. No entanto, várias análises de profissionais de mercado destacaram que, apesar de pronta para um retorno, a agenda de reformas ainda enfrentará dificuldades políticas. “A estagnação dessa pauta (econômica) em 2020 ocorreu muito mais em função da eclosão da pandemia do coronavírus e da trepidez do próprio governo do que de uma postura antagônica dos antigos presidentes do Legislativo. Para que as reformas avancem em 2021, a mudança terá de vir do próprio Planalto”, disse Conrado Magalhães, da Guide. Para Gustavo Arruda, economista chefe do BNP Paribas no Brasil, o Congresso está hoje menos preso à relação de troca com o governo do que o próprio Executivo. “Então vejo uma chance de a gente se decepcionar com a agenda de reformas”, disse, citando, por exemplo, risco de o Legislativo aprovar novo auxílio sem contrapartidas.
Fonte:REUTERS