Na próxima década, a produção de grãos e oleaginosas do Mercosul deve aumentar em 100 milhões de toneladas, com 58 milhões voltadas para exportação, destacando milho, soja e trigo.
O Outlook do Cone-Sul, lançado em setembro, traz essas projeções, elaboradas por especialistas da região. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participou da iniciativa com uma comitiva de pesquisadores e representantes do Mapa.
“A produção e o comércio agrícolas da região enfrentam desafios globais, como a mudança do clima, a instabilidade dos mercados e as políticas comerciais protecionistas. Ao mesmo tempo, estes países se deparam com uma pressão crescente para reduzir os impactos ambientais da produção”, afirma o pesquisador Paulo do Carmo Martins, assessor da Presidência.
O evento, promovido pela INAI e Bolsa de Cereales da Argentina, reuniu especialistas do setor agropecuário do Mercosul com apoio da Embrapa e CGIAR/IFPRI. Silvia Kanadani Campos, da Embrapa, destacou que o uso de projeções como o Outlook é comum em outros blocos, como a União Europeia, mas ainda pouco aplicado no Brasil.
“Os resultados apresentados captam mudanças de mercado e o modelo utilizado possibilita estudar o impacto das alterações políticas e de outros eventos sobre diferentes variáveis econômicas, gerando informações relevantes para a tomada de decisões e definição de políticas públicas relacionadas à agricultura”, afirma a especialista.
O Outlook Mercosul utilizou um modelo computável de equilíbrio parcial para projeções, com publicações previstas até o fim do ano. A colaboração com o IFPRI, parte da iniciativa CGIAR, visa melhorar a sustentabilidade dos sistemas alimentares.
Vanessa Pereira, coordenadora do projeto, destaca que o modelo permite simular cenários futuros, sendo um avanço natural das projeções agrícolas anuais feitas pelo Mapa, ampliando a visibilidade e complexidade das análises para a agropecuária brasileira.