O mercado de carnes no Brasil vive uma combinação de desafios e oportunidades. O preço do boi gordo, por exemplo, registra alta, com a arroba negociada em média a R$ 285,00, especialmente em São Paulo. Essa valorização é reflexo da baixa oferta de animais prontos para abate, enquanto a demanda interna começa a dar sinais de recuperação após o fim de 2024.
A carne suína, por outro lado, enfrenta queda nos preços, com o quilo vivo sendo comercializado a R$ 7,20 em Santa Catarina, principal polo produtor. Esse movimento é atribuído ao aumento da produção e à menor procura no mercado interno, agravada pela redução no poder de compra da população.
Exportações em Expansão
As exportações de carne bovina e suína seguem aquecidas. A China, maior cliente do Brasil, retomou as compras em ritmo acelerado após um período de estoques elevados. Além disso, novos mercados, como Indonésia e Filipinas, têm demonstrado interesse crescente na carne brasileira, especialmente devido ao custo competitivo e à qualidade sanitária do produto.
O segmento de frango, que tradicionalmente domina as exportações, mantém a liderança com embarques mensais superiores a 400 mil toneladas. O dólar em queda, porém, representa um desafio para os exportadores, reduzindo margens de lucro e exigindo maior eficiência logística para manter a competitividade.
Impacto no Consumo Interno
Enquanto as exportações crescem, o consumo interno de carne bovina segue pressionado pelos preços elevados. Muitos consumidores têm optado por alternativas mais baratas, como frango e suínos. Essa mudança no padrão de consumo gera um equilíbrio dinâmico no mercado, obrigando os frigoríficos a ajustarem estratégias.
Soluções e Perspectivas
Para enfrentar o cenário desafiador, os grandes players do setor têm investido em inovações, como rastreabilidade digital, visando atender às exigências de mercados premium. Além disso, a consolidação de práticas de sustentabilidade na produção é vista como essencial para expandir a presença no mercado europeu e outros mercados exigentes.
O mercado de carnes brasileiro, embora resiliente, está em constante adaptação às pressões econômicas e mudanças nos padrões de consumo. Para se manter competitivo, o setor precisa equilibrar as demandas internas e externas enquanto investe em tecnologia e sustentabilidade.
Fontes: CEPEA; ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal); Ministério da Agricultura; Valor Econômico; Bloomberg.