Cenario Rural

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Prêmios da soja nos portos do Brasil sobem até 25% no acumulado da semana

Por Carla Mendes

No Brasil, a semana termina com apenas uma convergência no mercado da soja: uma dispara dos prêmios. Entre as principais posições de entrega, tomando como base o porto de Paranaguá, as altas foram de até 25% desde a última segunda-feira (20), como foi o caso do julho, que fechou com US$ 1,25 por bushel acima das cotações na Bolsa de Chicago. No agosto, alta de 17,39% com US$ 1,35 e de 12% no outubro, que encerra a semana com US$ 1,40 sobre a CBOT.

Segundo analistas de mercado da Agrinvest Commodities, o forte movimento da semana continua refletindo não só a ausência dos produtores para novos negócios, principalmente com a soja da safra nova, mas também a demanda ainda presente no Brasil. Embora a oferta por aqui permaneça bastante restrita, ainda há uma procura pela oleaginosa brasileira que alimenta o avanço dos prêmios nos portos do país.

Não só os prêmios para a soja atual subiram bem nos últimos dias, como também os da nova safra, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, com altas de 7 a 11 centavos de dólar de ganho nas principais posições de entrega. “É uma onda de alta nos prêmios”, afirma Mariano.

Analistas e consultores de mercado afirmam que a safra 2019/20 do Brasil já está mais de 90% comercializada e que o restante para ser comercializado tem sido duramente disputado pelos importadores. O momento não só mantém as cotações sustentadas no interior brasileiro, como também continua alimentando a necessidade de importação de soja pelo Brasil.

De acordo com dados da Secex, no acumulado de julho as compras brasileiras da oleaginosa totalizam 66 mil toneladas, sendo 20,2 mil somente na última semana. No mesmo período do ano passado, as importações foram de 6,5 mil toneladas e em todo julho, 12,7 mil.

Por outro lado, a queda do dólar na semana – que registrou variações bastante intensas por três pregões consecutivos de queda e trouxe a divisa aos R$ 5,20, contra R$ 5,40 da semana anterior – limitaram um avanço ainda mais forte dos preços da soja no mercado brasileiro. Algumas referências, inclusive, terminam a sexta-feira (24) em queda, tanto no interior quanto nos portos, em relação aos valores observados na última segunda (20). Ainda assim, os indicativos seguem historicamente altos.

Em Ponta Grossa/PR, queda de 1,69% com a saca chegando a R$ 116,00; Alto Garças/MT alta de 0,54% para R$ 111,10; Maracaju/MS em R$ 107,00, com baixa de 4,46% e Luís Eduardo Magalhães/BA, R$ 102,00 e recuo de 1,92%. Nos portos, Paranaguá perdeu 0,86% no disponível e fecha a semana com R$ 115,00 e estável nos R$ 107,00 para a safra nova. Já em Rio Grande, R$ 114,00 e R$ 104,50, com perdas de 0,44% e 0,48%, respectivamente.

Ainda como explica o analista da Novo Rumo, as indústrias seguem pagando melhor do que a exportação para garantir que a soja remanescente fique no Brasil.

“Temos estoques pontuais em locais mais próximos de algumas indústrias e isso pode fazer com que as empresas usem preços melhores para ‘seduzir’ os produtores a venderem aqui dentro, o que seria mais barato e mais rápido do que uma importação”, diz. “E alguns industriais já afirmam que os estoques de novembro a janeiro são insuficientes para dar continuidade às atividades, a não ser que haja washouts para a renegociação de contratos para trazer para cá a soja que sairia para exportação. Mas isso ainda não está acontecendo”, completa.

Especialistas do mercado de todas as naturezas seguem afirmando: as chances de preços que não remunerem bem os produtores brasileiros nos próximos meses quase não existem. É importante, todavia, seguir monitorando o andamento do dólar frente ao real – que acumulou uma baixa de 3,26% nesta que foi uma semana bastante tensa para o mercado financeiro – para encerrar com R$ 5,20. No mês, a queda acumulada é de 4,28%, mas em 2020 acumula um ganho de quase 30%.

Da mesma forma, na Bolsa de Chicago o mercado ainda encontra dificuldades para definir uma direção clara em função dos problemas políticos entre China e Estados Unidos.

Se os planetas continuam favoravelmente alinhados para o sojicultor do Brasil? Me parece que sim.

Carla Mendes é coordenadora de jornalismo do Cenário Rural, editora chefe do Notícias Agrícolas e especializada em agronegócio, com foco no complexo soja.

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