Os anúncios dos indicadores de exportação para o café e outras commodities afetadas pela lei antidesmatamento da União Europeia pesaram sobre os preços do café.
Mas, por trás disso, há fortes especulações e tentativas dos agentes de mercado para tentar estabilizar ou baixar as cotações do arábica na bolsa de Nova York a fim de que a indústria e as torrefações possam adquirir volumes sem ter margens de lucro tão apertadas, como explica à reportagem o sócio-diretor da Pine Agronegócios, Vicente Zotti.
A dinâmica de ajuste técnico coloca os contratos do arábica com vencimento para dezembro a US$ 2,5640 nesta manhã de quinta-feira (3/10), um recuo mais leve, de 0,04%.
A ‘tal’ estabilidade esperada aparece, embora haja dúvidas se ela se sustenta a despeito da seca no Brasil, onde o grão “grita por chuva”, como fala Zotti.
Nas negociações do cacau com prazo para março de 2025, os preços sobem um pouco, em 0,50%, e operam a US$ 6.017 a tonelada, pressionados pela incógnita de como será a oferta futura da amêndoa, enquanto a safra corre em Gana e Costa do Marfim sob forte pressão do clima e da falta de chuvas.
O açúcar, que também se sustentava no campo positivo, abre a sessão da bolsa americana com depreciação de 0,40% para os contratos de março de 2025. Os preços estão em 22,59 centavos de dólar por libra-peso e mostram ajustes técnicos de uma manhã de negociações mais lentas.
Apenas 8 mil contratos estão em aberto, apesar de as condições externas como clima e redução de safra, em especial no Brasil, continuarem no cenário. O preço do petróleo caiu e reflete nestes preços iniciais do demerara em Nova York.
Por fim, o algodão se mantém no campo negativo, custando 72,63 centavos de dólar por libra-peso, um recuo de 1,05% nos papéis que vencem em dezembro.
Negociações enfraquecidas mostram que os agentes de mercado não estão ‘no jogo’ esta manhã, com apenas 7 mil contratos em aberto. O petróleo bruto também influenciou a cotação da pluma, segundo a Barchart.