O indicador de poder de compra de fertilizantes pelos agricultores brasileiros atingiu o pior nível desde outubro de 2022, quando o setor lidava com preços altos dos adubos em função dos desdobramentos do início da guerra na Ucrânia, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira, 9, pela empresa líder no setor no Brasil, a Mosaic.
Em julho, os preços das commodities agrícolas caíram 4,6% no caso do milho e 2,15% no da soja, em relação a junho, pressionando o poder de compra dos agricultores.
Da mesma forma, a cotação dos fertilizantes subiu cerca de 3% no período, com destaque para o aumento de 6% no superfosfato simples (SSP), 5% no fosfato monoamônico (MAP) e 1% na ureia, disse a Mosaic, responsável pela elaboração do índice. O cloreto de potássio (KCl) permaneceu estável.
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) atingiu 1,11 em julho, versus 1,05 em junho – quanto maior o número, menor o poder de compra de adubo pelo agricultor. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, cana-de-açúcar e algodão.
Em outubro de 2022, o índice estava em 1,21. Desde então, apresentou recuo, passando a maior parte de 2023 abaixo de 1, o que indica maior poder de compra de produtores.
O indicador registra altas seguidas desde maio, refletindo menor poder de compra dos agricultores, conforme a metodologia.
Em meio à menor capacidade de compra dos agricultores, as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro referentes a maio de 2024 caíram 10,1% em relação ao mesmo mês de 2023, segundo dados mais recentes da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
De janeiro a maio, as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro somaram 14,2 milhões de toneladas, queda de 1,8% ante o registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com a Anda.
Produtores estão no momento de preparação para a nova safra de grãos, que será plantada a partir de meados de setembro.
Os preços dos produtos agrícolas estão mais baixos após boas perspectivas para a safra dos Estados Unidos, notou o relatório, que acrescentou que na América do Sul os indicadores de produção seguem bons.