Cada vez mais a tecnologia está presente no dia a dia das organizações e no agronegócio não é diferente: a transformação digital e a profissionalização do campo vêm trazendo soluções para problemas reais do setor e gerando impactos positivos para produtores e pecuaristas de todo o mundo. Segundo um levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), somente no ano passado o ramo foi responsável por 21,4% do nosso Produto Interno Bruto (PIB), sendo fundamental para o desenvolvimento econômico do país e reforçando as vantagens e os benefícios da agricultura mecanizada.
Com o surgimento do novo coronavírus, quem trabalha dentro e fora do campo está enfrentando dificuldades para seguir com a rotina e precisando não só encontrar uma forma para baixar os custos de produção e aumentar a produtividade, mas também sendo obrigado a adaptar o modo como as vendas das mercadorias são realizadas. Acredito que a situação delicada do momento acelerou o entendimento de que a tecnologia da informação é vital para qualquer empresa, uma vez que a pandemia evidenciou a importância de se ter uma gestão eficiente e transparente para auxiliar nas tomadas de decisões.
Falando apenas em integrações, por exemplo, uma empresa do segmento tem comunicação e troca de dados com diversos fornecedores, com instituições financeiras e de cobrança, com o governo para a emissão de notas e envio de informações fiscais, talvez com plataformas de e-commerce se estiver comercializando algum produto por meio da internet, com softwares sobre força de vendas e marketing, sem contar as questões que giram em torno dos processos internos. Ou seja, a tecnologia é fundamental para organizar a estrutura de uma companhia e isso faz toda a diferença em épocas de crise.
O agronegócio está no DNA do Rio Grande do Sul, mas boa parte das propriedades ainda produz de forma bem tradicional e essa característica é um dos principais obstáculos para a completa adesão da transformação digital. Aqui predominam empresas familiares e apesar dos netos estarem administrando os negócios dos avós, a adoção de ferramentas no campo ainda é resistente, ao contrário das áreas como mecânica e genética, onde já existe uma difusão muito grande e o entendimento e a comprovação de resultados eficazes.
Outro aspecto que dificulta a implantação da TI é a capacitação das pessoas. Às vezes, as empresas estão bem intencionadas e querem investir em melhorias, mas esbarram na falta mão de obra interna. A tecnologia não funciona sozinha e precisa de seres humanos realizando processos e alimentando a maioria dos sistemas. Além disso, destaco também a infraestrutura da comunicação no Brasil: se pensarmos nos últimos 10 anos a evolução foi absurda, mas ainda existem propriedades e empresas em cidades menores que têm dificuldade com relação à cobertura de internet 3G e 4G.
Encontramos no país o que existe de mais avançado em termos de informática e temos um mercado gigantesco que precisa ser atendido. Pesquise bem antes de optar pela utilização de algum software para ter a certeza de que a marca escolhida está preparada para te ajudar, não só em nível tecnológico, mas em serviços agregados, a ter sucesso em suas demandas. Um ERP bem estruturado vai fazer com que a sua firma ganhe agilidade nos processos, elimine ou diminua o retrabalho, economize dinheiro e evite perdas.
Todos os envolvidos no elo precisarão de um tempo para se adaptar às novidades, mas o isolamento social vem permitindo testar tendências que prometem revolucionar o agronegócio. O setor possui especificidades que se bem trabalhadas possibilita ganhos irreversíveis. Estou ansioso para ver o que vai acontecer daqui para frente.
Rafael Dal Molin é Diretor da Elevor, startup gaúcha que desenvolve softwares de gestão empresarial para os segmentos do agronegócio, atacado, distribuição, varejo e serviços.