De acordo com a Hedgepoint Global Markets, o spread entre os preços dos cafés arábica e robusta no Brasil atingiu níveis negativos nas últimas semanas, um fenômeno que não era observado desde janeiro de 2017.
Ambos os tipos de café tiveram aumentos recentes em seus preços no mercado interno brasileiro, mas o robusta apresentou uma valorização superior, superando o arábica na última semana. Atualmente, o Indicador Cepea/ESALQ do café robusta se aproxima de R$ 1.490/saca, enquanto o do arábica se mantém em torno de R$ 1.440/saca. Esse cenário resultou em um spread negativo entre as duas variedades.
O recente aumento nos contratos de robusta negociados em Londres e a alta demanda por conilon brasileiro, em meio à menor disponibilidade na Ásia, têm sustentado os preços domésticos. Muitos produtores no Brasil optaram por segurar seus grãos, esperando melhores condições de mercado, o que também influencia o cenário atual.
A recuperação dos contratos futuros de robusta levou a uma arbitragem entre os cafés arábica e robusta a níveis historicamente baixos, refletindo a alta demanda e a oferta apertada.
Além disso, o mercado de café permanece altamente volátil, em grande parte devido aos riscos climáticos. As expectativas de uma menor produção para a safra vietnamita de 2024/25 e as previsões de clima quente e seco no Brasil para os próximos dias aumentam os riscos de uma queda na produção do café para a safra 2025/26.
Os dados de exportação do Vietnã e da Indonésia, que mostram uma oferta apertada de robusta, contribuem ainda mais para a volatilidade do mercado. Com esses fatores em jogo, os preços dos cafés no Brasil e no exterior continuam a experimentar variações significativas, refletindo a complexidade e os desafios do setor.