De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, nos próximos 15 dias as chuvas no Brasil ficarão concentradas na Região Sul, em parte do Centro-Oeste, nas regiões litorâneas e na Região Norte do Brasil. “As chuvas ficarão concentradas nos extremos e o miolo do Brasil seguirá com o tempo aberto, até mesmo em São Paulo, com poucos registros previstos”, disse o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos.
Mais para o curto prazo, uma nova frente fria avançará pelo Rio Grande do Sul a partir de domingo (28), provocando chuvas no estado, em Santa Catarina e no sul do Paraná, que devem se estender até terça-feira (30).
A chuva no Sul do Brasil deve favorecer as lavouras de trigo e a adubação com nitrogenados. Na retaguarda dessa frente fria, haverá o ingresso de uma massa de ar polar, que levará a uma queda nas temperaturas na virada do mês, mas sem riscos para geadas.
Santos afirma que poderá chover em áreas do Paraguai também, mas sem registros de precipitações na maior parte do Paraná e de São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Do meio de semana em diante a frente fria se afasta para o litoral do Sudeste e pode deixar uma grande nebulosidade sobre partes de São Paulo, Rio de Janeiro e de Minas Gerais, com possibilidade de pancadas de chuvas.
Já no próximo dia 4, uma nova frente fria estará avançando sobre o Rio Grande do Sul e levando chuvas para oeste da Região sul, Paraguai, Rondônia e parte de Mato Grosso, embora nas demais áreas do Brasil o tempo seguirá aberto, com exceção da parte oeste da Região Norte e do litoral nordestino.
La Niña será de fraca intensidade sobre o tempo no Brasil
De acordo com Santos, o fenômeno La Niña deverá ter uma fraca intensidade, sem grande significância para o tempo no Brasil nos próximos meses. Agosto deverá ser marcado pelo tempo firme na região central do Brasil. Em setembro há chance de mais chuvas isoladas sobre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Matopiba, embora os volumes de precipitações se concentrem no sul do país.
Segundo o agrometeorologista, as chuvas devem começar a ganhar força no Brasil no final de outubro e início de novembro. Como o La Niña aparecerá entre a segunda quinzena de setembro e outubro, haverá um atraso nas chuvas. Em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia e no Matopiba, as chuvas devem se normalizar somente da segunda quinzena de outubro em diante, o que deverá retardar o início do plantio no Brasil.
Bolsão de ar quente deve atingir áreas produtoras dos EUA nos próximos 15 dias
Santos informa que a partir da semana que vem e durante os próximos 15 dias, os Estados Unidos sofrerão com a atuação de um bolsão de ar quente, especialmente na parte leste do cinturão produtor, provocando altas temperaturas e poucas chuvas, o que poderá ser sentido pelas lavouras.
O agrometeorologista sinaliza, porém, que não há maiores riscos para uma quebra na safra dos Estados Unidos, uma vez que as chuvas deverão retornar às áreas produtoras do país a partir da segunda quinzena de agosto, voltando a beneficiar as lavouras.
Para Santos, esse clima mais seco esperado para os Estados Unidos deverá trazer um grande movimento especulativo aos preços, o que já é percebido nessa semana na Bolsa de Mercadorias de Chicago.
Sul do Paraguai pode ter pancadas irregulares de chuvas no final de semana
A meteorologista Ludmila Camparotto destaca que uma frente fria se desloca em direção ao Brasil no final de semana e deve trazer alguma instabilidade para áreas do sul do Paraguai, com possibilidade de pancadas irregulares de chuvas.
Depois o tempo já deve voltar a abrir sobre o país e maiores volumes de chuvas estão previstos somente entre a primeira e a segunda semana de agosto, quando uma nova frente fria deve avançar pelo norte da Argentina e o sul do Brasil, pegando grande parte do Paraguai.
A tendência é de que a primeira metade de agosto seja marcada pela maior entrada de frentes frias e a maior possibilidade de chuvas sobre o Paraguai, com a segunda quinzena do mês marcada por um tempo mais aberto.
Com relação ao frio, Ludmila afirma que pode haver uma queda da temperatura após a passagem das frentes frias, mas não a ponto de causar riscos para a ocorrência de geadas sobre as lavouras do Paraguai.