A sexta-feira (02) chegou ao fim com os preços do milho muito valorizados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.
De acordo com análise da Agrifatto Consultoria, “o milho inicia o mês almejando voltar para os antigos patamares. No físico, a saca do cereal está na média dos R$ 90,00 em Campinas/SP. As situações climáticas adversas, vivenciada nas regiões produtoras do país, contribuem para essas novas altas”.
A agência SAFRAS & Mercado aponta que junho foi de altos e baixos para os preços do milho no mercado brasileiro. “As cotações caíram gradualmente até parte do mês. Posteriormente, reagiram por conta das preocupações com geadas em regiões produtoras e também com a reação do milho na Bolsa de Chicago. Mas no balanço do mês o resultado foi de quedas nos preços”.
Já para julho, a agência indica que o mercado de clima voltou com força com as geadas da virada de junho para julho. “O frio extremo com geadas que ainda estão tendo possíveis perdas para as lavouras da safrinha avaliadas trouxe de volta uma ampla preocupação dos agentes com a oferta do milho. A safrinha já está comprometida pela falta de chuvas e geadas podem intensificar ainda mais as perdas, reduzindo a oferta no segundo semestre. Daí a subida observada, também gradual e com difícil precificação, nos valores do cereal nos últimos dias de junho, o que reduziu o movimento negativo no balanço mensal”, explica a SAFRAS & Mercado.
B3
Os preços futuros do milho subiram nesta sexta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 0,58% e 1,15% ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 92,05 com alta de 0,93%, o setembro/21 valeu R$ 94,85 com ganho de 0,96%, o novembro/21 foi negociado por R$ 95,60 com elevação de 0,58% e o janeiro/22 teve valor de R$ 97,38 com valorização de 1,15%.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam ganhos de 10,70% para o julho/21, de 12,45% para o setembro/21, de 11,81% para o novembro/21 e de 10,41% para o janeiro/22 na comparação com a última sexta-feira (25).
Para o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, a entrada dos primeiros lotes da safrinha e de navios importados e as quedas do dólar e da Bolsa de Chicago eram os fatores que pressionavam o preço. Agora, as geadas no Brasil, a recuperação do dólar e um plantio menor nos EUA são o que impulsionam os preços.
O analista aponta que essas geadas, que foram as de maior intensidade dos últimos 8 anos. Contudo, irá comprometer a qualidade dos grãos e limitar a produção nacional à 63 milhões de toneladas. Totalizando 88 milhões de toneladas para as três safras brasileiras.
Diante deste cenário, os preços podem cair nos próximos dias sentindo uma pressão de colheita, mas voltaram a subir a medida em que muitos destes volumes já estão negociados. Assim, a perspectiva de Rafael é de preços flutuando entre R$ 90,00 e R$ 100,00 neste segundo semestre, seguindo as projeções de paridade de importação.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro despencaram na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 8,75 e 22,50 pontos ao final do último dia da semana.
O vencimento julho/21 cotado à US$ 6,97 com desvalorização de 22,50 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,92 com queda de 9,75 pontos. Entretanto, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,79 com perda de 9,25 pontos. Contudo, em o março/22 teve valor de US$ 5,86 com baixa de 8,75 pontos.
Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 3,06% para o julho/21, de 1,50% para o setembro/21, de 1,70% para o dezembro/21 e de 1,51% para o março/22.
Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 9,59% para o julho/21, de 11,70% para o setembro/21, de 11,56% para o dezembro/21 e de 11,41% para o março/22, na comparação com a última sexta-feira (25).
A consultoria Agrinvest elenca entre os fatores responsáveis por essa pressão nos futuros do milho em Chicago a redução da projeção de importação de milho da China. Portanto, as vendas semanais americanas no menor montante da temporada e os fretes marítimos nos maiores níveis em 10 anos.
“Do lado da oferta tudo indica mais aperto, porém do lado da demanda os preços altos já mostram seus efeitos deletérios”, aponta a consultoria.
Por: Notícias Agrícolas