Mesmo sob efeitos residuais do El Niño, regiões-chave superam expectativas e fortalecem desempenho da 2ª safra. Dados trazem alívio para mercado interno e oportunidades para exportação.
Conab Confirma: Segunda Safra de Milho Promissora nas Fronteiras Agrícolas
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nova atualização do andamento da safra de milho 2024/25 e os dados reforçam a tendência positiva nas principais regiões produtoras do Centro-Oeste e da fronteira agrícola Norte/Nordeste.
Estados como Mato Grosso (MT), Rondônia (RO) e os polos do chamado MATOPIBAPA (acrônimo de Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Pará) mostram produtividade acima da média nacional, sustentada por tecnologias adaptadas e boas condições climáticas após a colheita da soja.
Mato Grosso Puxa o Rendimento Nacional
Maior produtor nacional de milho, Mato Grosso deve colher uma média de 108 sacas por hectare na segunda safra, superando os 102 sacas do ciclo anterior. O ritmo de plantio mais antecipado, aliado à distribuição de chuvas mais favorável e ao uso de sementes híbridas de alta performance, contribuiu para esse resultado.
A previsão atual é de 47,6 milhões de toneladas apenas no estado, o que corresponde a cerca de 45% da produção total da safrinha brasileira. A região de Sorriso, Sinop e Campo Novo do Parecis lidera em produtividade.
RO e MATOPIBAPA Ganhando Espaço com Sustentabilidade e Expansão Vertical
Em Rondônia, a Conab projeta produtividade de 92 sacas/hectare, com destaque para os municípios de Vilhena e Ji-Paraná, onde a agricultura de precisão e o uso de bioinsumos estão cada vez mais consolidados.
Já nas regiões do MATOPIBAPA, apesar de desafios com início tardio das chuvas, os rendimentos superam expectativas. Na Bahia, áreas de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães mantêm média superior a 85 sc/ha, enquanto no Tocantins e Maranhão, o avanço de técnicas conservacionistas e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) amplia a resiliência das lavouras.
Cenário de Oferta Alivia Pressão nos Custos e Anima Exportadores
Com o bom desempenho da segunda safra, o Brasil deve atingir uma produção total de milho em 2025 próxima a 122 milhões de toneladas. Isso trará alívio para o setor de proteína animal, que depende do grão como base alimentar, e fortalece o posicionamento do país como segundo maior exportador mundial.
A Conab projeta embarques de até 48 milhões de toneladas em 2025, com China, Japão, Coreia do Sul e União Europeia como principais destinos. O dólar ainda em patamar elevado (R$ 5,80) favorece a competitividade externa.
Produtividade Forte é Sinal de Maturidade e Estratégia no Campo
Os dados da Conab reforçam que o milho brasileiro deixou de ser uma cultura de risco e se consolidou como protagonista agrícola. O avanço em produtividade nas regiões de fronteira agrícola indica que tecnologia, planejamento e gestão de riscos estão cada vez mais integrados à rotina do produtor.
A safra de 2025 será uma das mais observadas pelos mercados globais — e o Brasil, mais uma vez, mostra que sabe colher quando o mundo mais precisa.
Fontes: Conab, Aprosoja, Abramilho, AgRural, Canal Rural, Valor Econômico