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Mercado Reage a Tensão Comercial e Sinais Climáticos em Abril

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O mercado de café entrou abril de 2025 sob forte oscilação. A combinação de tensões comerciais entre grandes economias, flutuações cambiais e preocupação com o clima nas principais regiões produtoras mantém os preços em constante instabilidade. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros do arábica oscilaram entre 186 e 192 centavos de dólar por libra-peso na primeira semana do mês.

A safra 2025/26 do Brasil, maior produtor e exportador global de café, entra em fase crítica com previsão de clima seco e temperaturas acima da média no cinturão cafeeiro. Estados como Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo enfrentam baixos índices de chuvas, o que pode impactar o enchimento dos grãos e reduzir a produtividade.

Cotações Internas em Alta

No mercado físico brasileiro, os preços seguem firmes. Em Minas Gerais, a saca de 60 kg do café arábica tipo 6 bebida dura foi cotada a R$ 1.030,00, com alta de 2,4% na comparação semanal, segundo o Cepea. A valorização é sustentada pela menor oferta no mercado spot e pela demanda de torrefadoras que antecipam compras diante do cenário externo incerto.

As exportações brasileiras de café seguem estáveis, com 3,1 milhões de sacas embarcadas em março, segundo o Cecafé. No entanto, operadores alertam que o mercado externo observa com cautela os desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China, temendo impacto sobre o consumo em mercados desenvolvidos.

Dólar Volátil Traz Riscos e Oportunidades

A valorização do dólar frente ao real favorece as exportações, mas aumenta os custos com defensivos e fertilizantes importados. Produtores precisam equilibrar a oportunidade de melhores margens cambiais com o desafio de insumos mais caros e margens apertadas.

Apesar da instabilidade geopolítica, o consumo global de café mantém crescimento moderado. A retomada do setor de serviços e a recuperação de economias asiáticas sustentam a demanda, especialmente por cafés especiais e sustentáveis — nichos onde o Brasil tem se destacado.

Sustentabilidade Ganha Peso nas Negociações

Negociadores internacionais relatam crescente exigência por rastreabilidade e certificações ambientais, especialmente nos mercados europeu e norte-americano. Produtores que não se adequarem podem enfrentar dificuldades para manter acesso a esses mercados nos próximos anos.

Operadores seguem cautelosos com relação ao comportamento do mercado futuro. Com os dados climáticos ainda indefinidos e a instabilidade política global em ascensão, há preferência por contratos de curto prazo e operações com proteção cambial.

Logística e Infraestrutura Ainda Limitam Avanços

Problemas estruturais como alto custo logístico, portos congestionados e falta de armazenagem continuam afetando o escoamento da produção. O investimento em infraestrutura segue sendo uma das grandes demandas do setor cafeeiro para aumentar a competitividade.

Abril começa com um mercado de café instável e atento a diversos fatores de risco: clima, câmbio e política internacional. Para o produtor brasileiro, o momento exige estratégia, gestão de riscos e visão de longo prazo para aproveitar as oportunidades sem negligenciar os desafios de um cenário global cada vez mais imprevisível.

Fontes: Cepea, MAPA, Cecafé, Bloomberg, Valor Econômico, Reuters, Notícias Agrícolas, Somar Meteorologia

 

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