As cotações do algodão começaram a mostrar recuperação após o pior momento vivido durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil, quando a indústria têxtil precisou frear suas atividades no cumprimento das regras de isolamento social no combate à doença. Na última semana, as cotações nacionais e internacionais do algodão trabalharam em alta.
O indicador de preços agrícolas da Bolsa Brasileira de Mercadorias aponta que o preço da pluma no Brasil (Posto São Paulo) está em R$ 3,14 (por libra peso), para o algodão 41-4, com pagamento em oito dias. No último levantamento,a alta diária do produto foi de 1,29% e, no acumulado de 30 dias, passa de 13% . Confira aqui
“O câmbio inibiu e continua inibindo a importação e, com o natal se aproximando, baixos estoques convergem positivamente para uma aceleração da indústria têxtil nacional”, explicou Rodrigo Santiago, da Santiago Corretora, associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias. Segundo ele, alguns segmentos do algodão já estão totalmente recuperados, outros, ainda não estão integralmente, mas, todos, já estão operando bem acima do que vinha se projetando considerando os efeito da pandemia.
De acordo com relatório semanal da Souza Lima, outra corretora associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias, no cenário internacional, o clima adverso no oeste do Texas, principal estado produtor dos Estados Unidos, impulsionou o movimento de alta. A compra de fundos e especuladores nos futuros de Nova York também contribuiu para a valorização da pluma. No final do pregão de sexta-feira (21), a posição com vencimento em dezembro de 2020 fechou a US$ 0,6428 por libra peso, enquanto dezembro de 2021 ficou em US$ 0,6436.
A ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) divulgou recentemente o desempenho do setor no primeiro semestre deste ano. Houve queda na produção de 22%, na comparação com os primeiros seis meses de 2019, e perda de 71 mil postos de empregos. Para este ano, a estimativa da ABIT é de queda acumulada de 19,5% na produção e 19% nas vendas internas, com a perda de 79 mil empregos. Enquanto para 2021, a expectativa do setor, ainda com grandes incertezas, é de uma retomada com perspectivas de que produção cresça 8,1%, as vendas 6,8%, as importações 5,2%, e as exportações, 6,25%.
Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias