O Ato n° 56 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União, traz a extensão de uso de três defensivos agrícolas para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente (CSFI), também conhecidas como minor crops (pequenas culturas).
Entre as extensões de uso, dois são fungicidas sendo um à base de Mancozeb para as culturas do mamão e pera, e outro natural à base de óleo essencial da planta Melaleuca alternifolia para as culturas da manga, maracujá, cenoura, mandioquinha-salsinha, abacate e cebola. A terceira extensão de uso é um inseticida à base de pirimifós-metílico 500 EC para a cultura do sorgo.
“As CSFI por serem plantadas em áreas menores em comparação às grandes culturas, como soja e milho, não apresentam atratividade econômica para a pesquisa privada no desenvolvimento e recomendação de pesticidas, o que dificulta a disponibilidade de produtos para o controle de pragas, sendo um problema para os agricultores dessas culturas”, explica o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, Bruno Breitenbach.
Entretanto, são culturas importantes pois estão presentes nas mesas dos cidadãos do mundo todo, sendo muitas vezes culturas de alto valor agregado, como frutas, hortaliças, leguminosas e outras. “Ressaltamos que as minor crops são igualmente atacadas por pragas e doenças que diminuem sua produtividade. Por não ter produtos registrados, muitas vezes os produtores usam produtos não permitidos e em doses não testadas”, diz Breitenbach.
Com as extensões aprovadas hoje, os produtores dessas culturas agora poderão utilizar esses produtos conhecendo as doses corretas para proteger seus cultivos e com a garantia de que esses alimentos serão seguros para o consumo.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vem buscando alternativas para resolver o problema localmente. Desde 2014, estabeleceu, por meio de regulamento, diretrizes e exigências para o registro de defensivos agrícolas para as CSFI, bem como definiu ações conjuntas de governo, produtores rurais e indústria de agroquímicos para direcionar e estimular a pesquisa.
“Dessa maneira, a extensão de uso de defensivos agrícolas para as culturas de suporte fitossanitário insuficiente é o resultado de uma política governamental e ações em parceria com a academia, produtores rurais e indústria”, destacou.
O Ato publicado também traz diversas alterações de pós-registro dos defensivos agrícolas já registrados.
Fonte: Mapa