Nos últimos dias, as invasões a propriedades rurais por indígenas se intensificaram significativamente, especialmente nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. A situação atingiu um novo pico de tensão na quarta-feira (17), com três novas invasões em Guaíra, Paraná. Conflitos já foram registrados nos dois estados, e a expectativa de novos confrontos aumenta a cada dia. Essa onda de invasões está diretamente relacionada à revisão da lei do Marco Temporal, atualmente em análise pelo Senado e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além do Paraná e Mato Grosso do Sul, registros de invasões e conflitos também ocorreram no Rio Grande do Sul e na Bahia. O Governo Federal, preocupado com a escalada da violência, enviou representantes dos Ministérios dos Povos Indígenas e da Cidadania e Direitos Humanos ao Mato Grosso do Sul com o objetivo de mediar os conflitos fundiários. No entanto, uma das principais questões levantadas é a necessidade de uma representação mais efetiva dos produtores rurais nas negociações.
A tensão permanece alta com a continuidade das invasões. Em Terra Roxa, as invasões já ultrapassam uma semana, e os indígenas mantêm acampamentos nas propriedades rurais. Em um dos incidentes, um filho de produtor rural sofreu ferimentos na cabeça e precisou de atendimento do SAMU.
No Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul) informou que mais de 146 propriedades já foram invadidas. A entidade destacou que esses incidentes evidenciam a insegurança jurídica que os produtores rurais enfrentam há décadas, decorrente da falta de uma resposta definitiva do Poder Público para garantir a paz no campo.