Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) e da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) conhecerão, até esta sexta-feira, 27, em detalhes, todas as tecnologias voltadas para a produção de maracujá.
A capacitação técnica ocorre em Palmas, no Centro de Treinamento e Capacitação em Tecnologia Agropecuária e Extensão Rural (CTC Agro), localizado no Complexo de Ciências Agrárias da Unitins, sendo ministrada pelo pesquisador da Embrapa e engenheiro agrônomo, Dr. Raul Castro Carrielo Rosa. “Fico muito empolgado em falar sobre pesquisa para os atores que estão em campo fazendo o dia a dia do agricultor. Sem a figura dos técnicos extensionistas a pesquisa não tem força, pois são eles que fazem as coisas acontecerem no campo. O Estado do Tocantins é muito preocupado em mudar o patamar da fruticultura e o maracujá é uma cultura ainda pequena no país, mas que traz um faturamento expressivo. Estamos com um déficit de maracujá no Brasil, isso faz com que a cultura seja interessante para o pequeno produtor e uma oportunidade e tanto, porque realmente gera renda. Durante essa semana, vamos falar sobre a produção do fruto e como trabalhar bem essa cadeia que tem um sistema de produção único, pois é regionalizado e deve ser trabalhado em cima das condições locais do clima”, frisa o pesquisador.
Oportunidade
O curso denominado Maracujá Produtivo é fruto do Convênio Oportunidade nº 839847/2016, firmado entre Governo do Tocantins e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que tem por objetivo prestar assistência técnica a 800 produtores rurais do Tocantins. Na abertura do treinamento, ocorrida na tarde dessa segunda-feira, 23, Humberto Simão, chefe de divisão agropecuária do Mapa, ressaltou a importância da qualificação para o fortalecimento da extensão rural, como também da classe produtora.
“O Mapa dentro dessa parceria procura fazer uma série de ações buscando recursos para realizar capacitações que atendam as demandas dos técnicos do Ruraltins. Os treinamentos vêm acontecendo dentro de várias situações, a exemplo das cadeias do arroz, feijão, mandioca e Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono [ABC], em um amplo trabalho integrado para que os conhecimentos gerados cheguem as propriedades rurais”, avaliou.
O vice-presidente do Ruraltins, José Anibal Lamattina, em nome do presidente Fabiano Miranda, que cumpre agenda de trabalho em Brasília, deu boas-vindas aos participantes da capacitação em maracujá, ressaltando que o órgão busca potencializar a cultura e a geração de renda. “A gestão trabalha para que o agricultor familiar saia da subsistência e tenha retorno no seu plano de negócio e estabeleça uma receita para que continue na propriedade de forma organizada, produzindo com qualidade”, avaliou.
Representando o secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Thiago Dourado, no início da capacitação, o diretor de Pecuária da Seagro, José Américo Vasconcelos, observou que a cultura do maracujá é uma alternativa muito forte para o agricultor familiar. “É bom estar aqui, em mais um treinamento que visa multiplicar conhecimentos e tecnologias que favoreçam os produtores. Entendemos que a cultura do maracujá é uma forte tendência e alternativa para o agricultor familiar, e o pesquisador Dr. Raul Castro é um dos maiores especialistas do país na cultura do maracujá, com amplo conhecimento do ambiente rural tocantinense. Dessa forma cumprimos nosso papel como agente público que é proporcionar condições de melhorias na vida do produtor”, salientou.
A parceria entre a Unitins e Ruraltins, viabilizou o uso do CTC Agro para os cursos e atividades de extensão rural realizados pelo Instituto. “A extensão rural é o braço que a pesquisa tem para levar conhecimento ao produtor e fortalecer o agronegócio no Tocantins”, lembrou o diretor de Pesquisa Agropecuária da Unitins, Expedito Cardoso,
O técnico Equisley Máximo, lotado no escritório local do Ruraltins em Marianópolis, destacou que a expectativa em torno da capacitação é muito grande, uma vez que a ideia é incentivar essa cadeia produtiva na região. “O objetivo é nivelar informações para auxiliar o produtor no planejamento e execução da atividade lá no campo. A maioria da produção de maracujá que está no mercado vem de outros estados. Então a gente precisa se organizar melhor para ajudar o agricultor a produzir e abastecer o nosso Estado, não só com o maracujá, como também em diversas culturas que vem de fora”.
Participantes
Na abertura da capacitação participaram ainda os diretores do Ruraltins, Marco Aurélio Vaz, de Assistência Técnica e Extensão Rural, e Kin Gomides, de Pesquisa e Inovação, além do supervisor regional de Porto Nacional, Willians Silva Luz, gerentes e servidores do Ruraltins do escritório central.
Esta é a segunda capacitação técnica desde a inauguração do CTC Agro, a primeira ocorreu no período de 3 a 6 de novembro, quando 40 profissionais participaram de uma extensa capacitação teórica e prática envolvendo os sistemas produtivos e o manejo adequado dos peixes.
Produção de Maracujá
De acordo com dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2017, no Tocantins, a área colhida é de 49 hectares, em 70 estabelecimentos rurais. Anualmente, a sua produção chega a 378 toneladas, tendo como principais produtores os municípios de Nova Olinda, Dianópolis, Xambioá, Aragominas, Araguaína, Esperantina, Itaguatins e Luzinópolis.
Fonte: Seagro