Produção ainda é modesta no Estado, em comparação a outras unidades da federação, mas alta produtividade indica potencial de produção a ser explorado. “O Governo de Goiás tem buscado diversificar a pauta de produção e o café tem potencial para ser trabalhado, como o incentivo à exportação”, avalia Antônio Carlos, titular da Seapa
O Brasil deve colher 61,6 milhões de sacas de café beneficiadas na safra 2020, considerando-se os tipos arábica e conilon, consolidando esta como a segunda maior safra brasileira de todos os tempos, atrás apenas da colheita de 2018. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 3º Levantamento da Safra 2020 de café. Deste total colhido no País, Goiás deve contribuir com 240,5 mil sacas beneficiadas de arábica, em uma área plantada de 6.152 hectares, e uma produtividade média de 39,1 sacas por hectare – a maior produtividade entre os estados.
Conforme avalia o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, a produção no Estado sofreu redução de 3,5% em relação à safra 2019, em virtude da diminuição da área plantada (11,3% a menos), mas mesmo assim pode ser comemorada em virtude do aumento da produtividade média – crescimento de 8,7% em relação ao ano anterior. “Esses dados mostram para nós o potencial da cultura do café arábica em Goiás. Só tivemos queda na produção, como aponta a Conab, porque tivemos redução na área plantada. Em contraponto, nossa produtividade cresceu significativamente e é a maior do País, ou seja, há oportunidade para crescermos”, analisa.
Ainda de acordo com Antônio Carlos, o Governo de Goiás tem buscado incentivar a diversificação da produção no Estado. “Por determinação do governador Ronaldo Caiado, estamos buscando diversificar a pauta de produção no Estado e o café tem um potencial que pode ser melhor trabalhado. Uma das vertentes é o incentivo à exportação, alinhado ao Programa Nacional da Cultura Exportadora, que pode ser uma boa opção para incentivar o setor”, avalia.
Segundo a Conab, o parque cafeeiro goiano, que produz apenas o café arábica, é formado por 28,3 milhões de covas, sendo 24,1 milhões em produção e 4,2 milhões de covas em formação. A produção no Estado, já finalizada, ocorreu entre os meses de maio e setembro, com o pico do beneficiamento em julho, quando foram beneficiadas 88,77 mil sacas.
De acordo com a Conab, Minas Gerais é o maior produtor do País e deve colher 33,5 milhões de sacas (99,1% de arábica), seguido pelo Espírito Santo com produção de 13,6 milhões de sacas (sendo 9,1 milhões de sacas do café conilon, a maior produção nacional). São Paulo aparece na terceira posição com produção estimada de 6,2 milhões de sacas de arábica, seguido da Bahia (4,1 milhões de sacas), Rondônia (2,4 milhões de sacas de conilon), Paraná (937,6 mil sacas de arábica), Rio de Janeiro (346 mil sacas de arábica), Goiás (240,5 mil sacas de arábica) e Mato Grosso (158,4 mil sacas de conilon).
Mapeamento
O levantamento da Conab também trouxe o mapeamento de café de Goiás da safra 2019, realizado por meio de imagens de satélite, com o objetivo de contribuir com a estimativa de área e produtividade do café. O mapeamento indicou 18 municípios produtores, dos quais 8 municípios ocorrem em torno de 92% da área de café: Cristalina, Campo Alegre de Goiás, Cabeceiras, Paraúna, Sítio D’Abadia, Ipameri, Catalão e Rio Verde.
O mapeamento mostrou, ainda, que, em Goiás, toda a área é irrigada, sendo o pivô central o principal método de irrigação, seguido da irrigação por gotejamento e aspersão, que completam o sistema irrigado de café no Estado. O estudo mostra também que as áreas de café apresentam elevado nível tecnológico, no geral, com ocorrência de colheita mecanizada, e propriedades de diferentes tamanhos, desde pequenas (até 15 hectares) a grandes (1.200 hectares).
Fonte: Seapa