Comercialização ganha fôlego em abril, mas estoques altos e custo logístico exigem cautela do produtor. Safra 2025 promete volume expressivo, mas margens seguem apertadas.
Exportações Aceleram e Surpreendem o Setor
Durante os primeiros nove dias de abril, o Brasil exportou mais milho do que em todo o mês de abril de 2024. Segundo a Secex, foram embarcadas 854,6 mil toneladas, com uma receita de US$ 31,9 milhões — número 344,8% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
A valorização do dólar e a demanda firme de países da Ásia e do Oriente Médio sustentam esse crescimento. O Brasil aproveita o espaço deixado por EUA e Ucrânia, cujas exportações recuaram nos últimos meses por razões climáticas e logísticas.
O Cepea apontou que, mesmo com o bom desempenho externo, o mercado interno do milho ainda sofre pressão de baixa. A saca está sendo negociada entre R$ 53 e R$ 59, com leve recuperação na última semana. O grande volume estocado nas cooperativas e armazéns, especialmente no Centro-Oeste, ainda limita uma alta mais firme.
Projeções para a Safra 2025: Otimismo com Moderação
A Conab estima uma produção total de cerca de 117 milhões de toneladas em 2025, mantendo o Brasil entre os maiores produtores e exportadores do mundo. No entanto, o avanço da safrinha em regiões fora da janela ideal levanta dúvidas quanto à produtividade em estados como Goiás, MS e Paraná.
Com o aumento de área plantada em algumas regiões do Norte e a expansão do uso de sementes híbridas mais adaptadas ao clima seco, a perspectiva de médio prazo é positiva, mas sujeita à volatilidade do mercado internacional.
A atual janela de exportação é favorável, mas o mercado doméstico segue travado. A gestão de estoques e contratos futuros será decisiva para garantir margem na próxima temporada. O milho permanece como um dos pilares do agro brasileiro, mas exige profissionalização na gestão.
Fontes: Conab, Secex, Cepea, Canal Rural, AgroLink, Notícias Agrícolas