As exportações agrícolas de 14 países da América Latina e do Caribe aumentaram 8.5%, em dólares, em abril deste ano na comparação com o mesmo mês no ano passado, em um momento de profunda queda das vendas externas totais, que caíram 29,9% na comparação interanual no mês de abril. Dados preliminares de maio confirmam a tendência, indicando que a produção e o comércio de bens agropecuários serão um dos motores da recuperação econômica na região.
Os dados foram analisados pelo especialista do Centro de Análise Estratégica de Agricultura (Caespa) do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Joaquín Arias, com base no indicadores do Monitor de Dados Comerciais (www.tradedatamonitor.com). Os países considerados foram Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
Em maio, de acordo com informações disponíveis referente a sete países, a tendência do mês anterior se manteve: as exportações agrícolas aumentaram 11.1%, enquanto as do total de bens diminuiu 15.7%.
Os países que registraram maior aumento nas exportações agrícolas em abril foram Brasil (28.9%), Costa Rica (8.2%), Argentina (4.95%), Bolívia (4.9%) e Guatemala (4.7%). Por outro lado, as exportações agrícolas do Peru e do Uruguai caíram significativamente: 41.7% e 16.8%, respectivamente.
Os produtos cujas exportações registraram maior incremento em abril foram soja, açúcar, carne bovina e de porco nos países de Mercosul, que se beneficiaram da demanda da China. (ver artigo).
Na América Central, as exportações de café, bananas e de preparações alimentícias também cresceram. Nos países andinos aumentaram os embarques de óleo de palma, extratos e essências de café, chá, ervas, cítricos frescos e secos, e hortaliças
“Em maio, apesar do avanço da pandemia da Covid-19, o crescimento das exportações agrícolas foi positivo para Brasil, Costa Rica, Paraguai e Argentina; e negativo para El Salvador, Chile e Guatemala”, comparou Arias.
Neste mês, as exportações agrícolas do Brasil cresceram 22.6%, com relação a maio de 2019, enquanto as exportações totais sofreram queda de 14.2%. No outro extremo, as exportações agrícolas de El Salvador caíram 38.8%, enquanto que, no total, considerando todos os bens, despencaram 60.5%. O Paraguai, por outro lado, registrou aumento de 6.4% nas exportações agrícolas, enquanto as vendas totais caíram 1.7%.
O Brasil é o único país da região que já apresentou os dados da balança comercial de junho, quando as exportações agrícolas aumentaram 32.8% em relação a junho de 2019.
Em abril, as exportações mundiais de bens caíram 21.4% (dados de 72 países) na comparação com o mesmo mês no ano passado, enquanto as exportações de produtos agrícolas caíram 1.3%. “O desempenho das exportações da América Latina e do Caribe se destaca na comparação com o resto do mundo”, concluiu Arias
Para Daniel Rodriguez, gerente do Programa de Comércio Internacional e de Integração Regional do IICA, o comportamento das exportações agrícolas nos primeiros meses da pandemia confirma a importância da América Latina e do Caribe na disponibilidade de alimentos seguros e nutritivos, não apenas para a região, mas a nível global.
“Por favorecer acesso aos alimentos, o setor agrícola tem uma posição privilegiada na geração de divisas para financiar os projetos de recuperação socioeconômica, na geração de renda para produtores e de empresas e na geração de empregos para populações rurais e urbanas”, disse Rodriguez.
A informação completa está disponível no blog do IICA “Semeando hoje para a agricultura do futuro”, que inclui gráficos interativos de acordo com o país de interesse.
O IICA lançou o blog com o objetivo de monitorar o avanço as variáveis consideradas chave para o desenvolvimento da agricultura durante a pandemia, e de oferecer pontos de vista e perspectivas de especialistas do Instituto e de instituições parceiras sobre temas do setor agrícola relacionados com a emergência sanitária causada pela Covid-19.
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Fonte: IICA