A soja iniciou a semana com valorização nas bolsas internacionais, impulsionada pela expectativa do novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com os investidores atentos às estimativas de área plantada e estoques trimestrais nos EUA, o mercado operou em terreno positivo na Bolsa de Chicago.
Os contratos futuros da soja com vencimento em maio subiram mais de 1,5% nas primeiras horas da segunda-feira, superando os 1.190 centavos de dólar por bushel. A valorização reflete incertezas quanto ao tamanho da área destinada à oleaginosa na safra 2025/26 norte-americana.
Redução de Área nos EUA em Debate
Há especulações no mercado de que a área plantada de soja nos Estados Unidos possa ser menor do que a registrada no ciclo anterior. Fatores como o aumento nos custos de produção, margens apertadas e clima incerto têm levado produtores a considerar o milho ou até a redução de áreas cultivadas como alternativas.
Além da expectativa sobre o USDA, a demanda consistente da China tem dado sustentação às cotações. O país asiático, principal comprador global da oleaginosa, tem intensificado suas compras no Brasil, evitando a origem norte-americana diante das tensões comerciais com Washington.
Brasil no Centro do Comércio
Com a safra 2024/25 brasileira em fase final de colheita, o país se consolida como o principal exportador global neste momento. Os embarques seguem em ritmo acelerado, com prêmios de exportação positivos nos portos de Santos e Paranaguá. Isso também pressiona a competitividade da soja americana.
Outro elemento que influencia os preços é a previsão do clima para o cinturão agrícola dos EUA. A chegada da primavera traz riscos climáticos que podem impactar diretamente o andamento do plantio e a expectativa de produtividade. Secas ou excesso de chuvas podem alterar o curso da safra.
Os estoques finais da soja nos Estados Unidos seguem em níveis considerados baixos. A reposição dependerá de uma safra robusta. Qualquer redução nas estimativas de produtividade ou área plantada tende a sustentar os preços ao longo do ano.
Reação do Mercado Brasileiro
No Brasil, os preços da soja mantêm-se firmes. A saca de 60kg é negociada entre R$ 111 e R$ 117 nas principais praças, com destaque para Mato Grosso e Paraná. A firme demanda externa e a valorização do dólar contribuem para manter a atratividade das exportações.
Especialistas apontam que os preços da soja devem seguir voláteis, mas com viés de alta, até a divulgação oficial dos números do USDA. Caso o relatório confirme redução de área, os contratos podem romper novas resistências e atrair mais fundos especulativos.
A combinação entre demanda firme, incertezas climáticas e indefinição sobre o plantio nos Estados Unidos cria um ambiente propício para valorização da soja. O Brasil, com produto disponível e logística ativa, segue como protagonista no cenário global. O relatório do USDA será determinante para o rumo do mercado nas próximas semanas.
Fontes: USDA, Bolsa de Chicago (CBOT), Notícias Agrícolas, Reuters, Bloomberg, AgRural, CNA