Cenario Rural

EUA Impõem Novo Pacote de Tarifas: Choque de 245% Sobre Produtos Chineses Reacende Tensão Global

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Washington endurece postura com medidas agressivas contra Pequim; setores de tecnologia, energia e consumo direto são os mais afetados. Impactos já reverberam no comércio global.

Tarifas Escalonadas e Fim de Isenções para Produtos Chineses

Em comunicado oficial divulgado entre os dias 19 e 21 de abril de 2025, o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, confirmou um novo pacote de taxações comerciais contra a China. As tarifas chegam a 245% sobre produtos específicos — especialmente veículos elétricos, baterias de lítio, equipamentos de telecomunicação, semicondutores e produtos têxteis.

Entre as principais ações, destaca-se:

  • Uma tarifa base de 10% sobre todas as importações originárias da China;
  • Tarifas adicionais que variam de 35% a 145% conforme o produto e a categoria estratégica;
  • Eliminação do limite de isenção fiscal conhecido como “de minimis” — até então aplicado para produtos de baixo valor, como roupas e eletrônicos vendidos por plataformas como Shein, Temu e AliExpress;
  • Monitoramento reforçado sobre produtos tecnológicos considerados sensíveis para a segurança nacional.

Justificativas do Governo: Déficit Comercial e Soberania Tecnológica

Em seu discurso no Missouri, Trump justificou as medidas como um “passo necessário para proteger a indústria americana, restaurar empregos e frear o roubo de propriedade intelectual pela China”. Segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA, o déficit comercial com os chineses ultrapassou US$ 470 bilhões em 2024.

O governo também afirmou que as novas taxações têm como foco desincentivar a importação de veículos elétricos e tecnologias de IA vindas da China, consideradas alavancas de espionagem e domínio tecnológico.

Com a nova rodada de tarifas, o custo de importação de produtos chineses para o consumidor americano deve subir em até 30%. O setor automotivo, especialmente o mercado de EVs (veículos elétricos), será fortemente impactado, o que deve gerar efeito dominó em toda a cadeia de baterias e minerais críticos como lítio e cobalto.

Empresas como Apple, Tesla, Walmart e Amazon já se mobilizam para renegociar contratos e redirecionar cadeias de suprimento para países alternativos, como Vietnã, México e Índia. O comércio global vive um momento de reacomodação estrutural.

Brasil: Impactos Diretos e Indiretos

O Brasil pode ser beneficiado na exportação de produtos agrícolas e minerais para a China, que buscará diversificar seus fornecedores. Por outro lado, os custos de importação de fertilizantes, defensivos e peças industriais devem subir, pressionando setores como agro e construção civil.

A eliminação da isenção “de minimis” também afeta diretamente empresas brasileiras de e-commerce e consumidores que utilizam marketplaces internacionais para compras diretas.

Guerra Comercial 2.0 Atinge Novo Pico — E o Mundo Terá de se Reorganizar

As tarifas dos EUA contra a China representam mais que uma medida de campanha. São parte de uma reestruturação sistêmica do comércio global, baseada em blocos, nacionalismo econômico e segurança tecnológica. O Brasil, como potência exportadora e dependente de importações, precisará de estratégia firme para navegar essa nova ordem mundial.

Fontes: USTR, Departamento de Comércio dos EUA, Bloomberg, Financial Times, Wall Street Journal, CNN, Valor Econômico

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