- Cotações no Brasil: o mercado de boi gordo e a indústria de etanol de milho apresentam sinais de fortalecimento. A arroba do boi gordo, negociada na B3, registrou alta de 3,06% na última semana, marcando o quinto aumento consecutivo. Conforme observado em análises anteriores, a dinâmica dos preços do milho brasileiro tem sido impactada pelo crescimento da indústria de etanol de milho no Centro-Oeste. Com as recentes queimadas nos canaviais, espera-se um aumento nos preços do etanol, favorecendo ainda mais a produção a partir do milho. Esse cenário, aliado à alta na arroba do boi gordo, está gerando melhores margens para os pecuaristas, sobretudo com os preços atuais do cereal, o que deve continuar sustentando os preços, especialmente na região Centro-Oeste.
Milho segunda safra: de acordo com o Instituto Mato Grossense de Estudos Avançados (Imea), considerando os atuais preços dos fertilizantes e do milho futuro segunda safra, as margens dos produtores estão negativas.
Isso leva o mercado a acreditar em uma redução da área plantada. “Ainda é cedo para falar de diminuições, mas estima-se que 55% dos fertilizantes necessários para o milho segunda safra ainda não foram comercializados”, diz a Grão Direto.
- Safra recorde na China: impulsionada pela safra recorde de milho de 2024/25, a quarta consecutiva, a China enfrenta pressão nos preços dos futuros de milho em Dalian. O contrato de milho com vencimento mais próximo na DCE registrou queda em 13 das últimas 16 sessões, atingindo seu menor nível desde julho de 2020 na semana passada. Esse cenário reflete os baixos níveis de importação de milho pelo país asiático. O USDA projetou que a China importaria cerca de 21 milhões de toneladas na temporada 24/25, mas, até o momento, o país asiático adquiriu apenas 13 mil toneladas. A fraca demanda chinesa deve seguir pressionando as cotações do milho na bolsa de Chicago.
Com base nesses fatores e diante de uma demanda internacional incerta, espera-se mais uma semana negativa em Chicago nesta semana, “mas não acompanhada pelo mercado interno brasileiro, que poderá subir seguindo a demanda interna”.