Mercado do boi gordo resiste a quedas, mas ciclo de alta do custo alimentar e incertezas climáticas exigem nova estratégia do pecuarista para 2025.
Clima Castiga Pastagens e Aumenta Descarte
Durante o feriado prolongado de abril, o setor pecuário voltou a registrar impactos significativos da estiagem nas principais regiões produtoras do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, Goiás e parte do Tocantins, a baixa umidade e temperaturas elevadas comprometeram a qualidade das pastagens e forçaram o descarte precoce de lotes menos terminados.
A redução da oferta de boi gordo pronta para abate tem sustentado os preços. Segundo a Scot Consultoria, a arroba em São Paulo fechou a última semana cotada a R$ 234,50, com alta de 1,8% no mês. No entanto, o movimento é pontual e não garante sustentação de longo prazo, segundo analistas.
Custo de Reposição Aumenta e Pressiona Lucro
Com menos animais disponíveis e uma demanda aquecida dos confinamentos, os bezerros subiram 3,5% em abril, atingindo média de R$ 2.250 por cabeça nas principais praças do Mato Grosso do Sul. O ciclo pecuário se encontra em fase de transição e exige atenção redobrada ao planejamento de engorda e ao fluxo de caixa.
As exportações de carne bovina in natura seguem firmes. A China continua sendo o principal destino, respondendo por 56% dos embarques brasileiros em abril. No entanto, o aumento do custo logístico, com o dólar elevado e os preços do frete internacional em alta, têm comprometido parte da margem dos frigoríficos.
Perspectiva para o Segundo Semestre: Integração, Nutrição e Eficiência
Consultores recomendam foco em suplementação estratégica, uso racional de confinamentos e ampliação de áreas integradas com lavoura para garantir eficiência produtiva. A pressão do clima deve continuar até junho, e o pecuarista que antecipar ajustes pode atravessar o período seco com maior previsibilidade.
2025 Exige do Pecuarista uma Gestão Ativa e Resiliente
O setor pecuário entra em uma fase de maior exigência técnica e financeira. Oportunidades continuam existindo — especialmente no mercado externo —, mas exigem estratégia, investimento em nutrição e gestão rigorosa dos custos operacionais.
Fontes: Scot Consultoria, Cepea, Abrafrigo, Conab, Notícias Agrícolas, Radar Investimentos