A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) assinaram, na última semana, um acordo de cooperação técnica para financiar até R$ 100 milhões em projetos de inovação com a iniciativa privada nos próximos dois anos.
Assim, as empresas ou agtechs interessadas em desenvolver projetos em parceria com a Embrapa poderão acessar a linha de financiamento reembolsável do Programa Finep Conecta, que oferece condições vantajosas.
Com público restrito por prevenção ao coronavírus, a solenidade teve participação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina; do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes; do presidente da Finep, Waldemar Barroso; do secretário de Inovação, e do presidente da Embrapa, Celso Moretti, entre outros.
“Trata-se de uma iniciativa que vai contribuir com a aproximação entre as empresas privadas e a pesquisa, sem dúvida. E essa tem sido uma das nossas metas prioritárias no último ano”, comentou o presidente Moretti.
Segundo ele, a partir da orientação do Mapa, a Embrapa conseguiu, desde janeiro de 2019, quadruplicar a quantidade de projetos desenvolvidos em parceria com o setor privado, passando de 6% para quase 20% do total de projetos da carteira da Embrapa.
Moretti destacou ainda a chamada Pontes para Inovação, realizada no início do mês em Piracicaba (SP), com a participação de mais de 60 startups de todo o país. “Colocamos em proximidade fundos de investimentos e as startups, que poderão ser beneficiadas com recursos e se desenvolver”, completou.
“Com a assinatura desse acordo, teremos ainda mais condições de fazer com que o agro siga avançando e que empresas tenham recursos a um valor mais baixo, com período de carência maior, juros subsidiados e, claro, os nossos centros de pesquisa possam usufruir e avançar ainda mais na ciência, na tecnologia e na inovação que têm apoiado o agro brasileiro”, disse.
Marco em momento de responsabilidade
Para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que fez questão de ressaltar a importância do evento, apesar da plateia reduzida, a assinatura do acordo representa um marco.
“Tenho certeza de que este auditório estaria lotado para comemorar este momento, mas é preciso ter responsabilidade”, comentou ela, lembrando que milhares de pessoas estavam acompanhando a transmissão ao vivo pelas redes sociais.
“O que o nosso agro é hoje devemos muito à ciência desenvolvida pela Embrapa e, claro, ao esforço dos nossos produtores rurais que, neste exato momento, estão no campo trabalhando para que tenhamos a garantia de colheita de mais uma safra recorde”, comentou.
Sobre a parceria entre as instituições, Tereza Cristina, reafirmou a solidez do trabalho conjunto entre os ministérios da Agricultura e da Ciência e Tecnologia, com a Embrapa. “A nossa meta é garantir cada vez mais condições para que tenhamos uma agricultura nova e moderna”, disse. “E quem vai ganhar com tudo isso, ao final, é o agro e o nosso povo”.
Segundo o ministro Marcos Pontes, que também comentou o número reduzido de pessoas, o momento foi de uma importância que definiu como gigantesca. “A Embrapa nos orgulha muito e, desde o tempo em que eu estava no exterior, já percebia isso. É um respeito que não é à toa, porque é uma instituição que representa a ciência que garantiu o desenvolvimento do nosso agro”, ressaltou.
Prioridade às tecnologias do agro
Referindo-se à fala do presidente da Embrapa, o presidente da Finep, Waldemar Barroso, destacou as políticas do Ministério da Ciência e Tecnologia, voltadas à meta de aproximar a indústria com foco na geração de conhecimento, riqueza e qualidade de vida.
“Temos a meta de melhorar nossa posição no Global Innovation Index (ranking anual dos países por sua capacidade e sucesso em inovação) e uma dessas medidas é aumentar a produtividade e essa produtividade passa pela ciência e pela indústria”, explicou.
Barroso definiu a Embrapa como um dos principais centros de excelência na geração de conhecimento e produção de riqueza e principal responsável pela expansão da fronteira agrícola.
“Não podemos esquecer que para cada real investido na pesquisa da Embrapa, há um retorno de R$ 11 em benefício da sociedade brasileira. Recentemente, assinamos um contrato com a empresa Santa Clara Agrociencia, no valor de R$ 16 milhões, dos quais 50% serão destinados à Embrapa, à Esalq e à Universidade Federal de Viçosa (UFV)”, lembrou.