O dólar saltou mais de 1% ante o real na sexta-feira, na maior valorização diária em mais de três semanas, abandonando queda de mais cedo conforme investidores aproveitaram para realizar lucros após baixas ao longo da semana
O dólar à vista fechou em alta de 1,39%, a 5,387 reais na venda. O ganho desta sexta é o maior desde 28 de outubro, quando a cotação saltou 1,42%. Na quinta, o dólar havia fechado em 5,3131 reais, mínima em mais de dois meses. Na B3, o dólar futuro valorizava-se 1,49% nesta sexta, a 5,3855 reais, às 17h08. Alguns operadores citaram fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, feita na véspera, como catalisador da realização de lucros no câmbio. Em evento na noite de quinta, Guedes disse que uma forma de reduzir a dívida pública é por meio de venda de ativos, privatizações, desalavancagem de bancos públicos e até venda de reservas internacionais. Uma leitura das palavras do ministro é que corte de gastos –a principal demanda do mercado– estaria para baixo na lista de prioridades. Sobre venda de reservas, o Secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu na sexta-feira que essa ação entra no cardápio do governo para redução da dívida bruta, mas pontuou que quem decide a respeito é o Banco Central. Rogério Braga, sócio e gestor dos fundos multimercado/renda fixa na Quantitas Gestão de Recursos, entende que a discussão sobre corte de gastos está em curso, mas que o momento eleitoral acaba desestimulando o tratamento em público dessa questão. Braga avaliou ainda que a repercussão da fala de Guedes sobre a venda de reservas se deu mais porque ocorreu na mesma semana em que o Banco Central sinalizou venda líquida de dólares. Na semana, o dólar ainda fechou em queda de 1,61% (até a véspera caía 2,96%). Em novembro, a moeda recua 6,12%, mas ainda salta 34,24% em 2020.
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Fonte:REUTERS