O dólar fechou a última sessão de setembro em queda, mas ainda cravou a segunda alta mensal seguida e o terceiro trimestre consecutivo de valorização, períodos marcados por recrudescimento de preocupações fiscais domésticas
O dólar à vista caiu 0,43% na quarta-feira, para 5,6188 reais. O mercado financeiro no Brasil sofreu um chacoalhão nesta semana após o governo informar que o Renda Cidadã seria bancado com recursos para precatórios e com verbas do Bolsa Família (que será extinto) e do Fundeb. Alguns membros do governo e da equipe econômica falaram com economistas do mercado sobre a proposta em conversas privadas, mas não conseguiram acalmar os ânimos.
“Precisamos ver o quanto da fala do Guedes (de hoje) será ouvida pelo governo, se terá recepção no governo, para depois entendermos se ele estava lavando as mãos ou se a equipe econômica lutará por uma solução mais austera”, disse Thomás Gibertoni, especialista da Portofino Multi Family Office. O dólar chegou flertar com 5,68 reais nesta semana, revisitando patamares vistos pela última vez em maio, quando a moeda bateu recorde atrás de recorde. No acumulado de setembro, a divisa subiu 2,52%, o que se soma à alta de 5,02% de agosto. É a maior valorização para meses de setembro desde 2015 (+9,33%). No terceiro trimestre, os ganhos foram de 3,29%, depois de acréscimos de 4,73% no segundo trimestre e de 29,44% no primeiro. Em 2020, a moeda salta 40,02%. Em meio a incertezas nos próximos três meses –com a eleição presidencial norte-americana de novembro e a discussão sobre o Orçamento de 2021 no Brasil ocupando os holofotes, além da evolução da pandemia–, a perspectiva é de contínua volatilidade para uma moeda que já é a mais volátil do mundo.
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Fonte: Reuters