Com cenário internacional instável, guerra comercial e incertezas monetárias nos EUA, câmbio brasileiro segue pressionado e afeta desde commodities até consumo interno.
Alta Sustentada pelo Risco Geopolítico e Comercial
A cotação do dólar comercial voltou a ultrapassar R$ 5,89 nesta quarta-feira (16), refletindo a deterioração das expectativas globais diante da escalada entre Estados Unidos e China. As falas recentes do presidente Trump sobre novas tarifas, somadas ao temor de recessão técnica nos EUA, reforçam a fuga de capital para ativos considerados seguros.
BC Intervém, Mas Evita Queima Excessiva de Reservas
O Banco Central do Brasil tem feito intervenções pontuais no mercado de câmbio, mas evita atuar de forma contínua. A estratégia é preservar reservas internacionais e acompanhar o desdobramento da política monetária americana, que ainda não sinalizou cortes nos juros.
Impacto Direto em Insumos e Custo de Vida
O dólar elevado encarece a importação de fertilizantes, defensivos agrícolas, componentes eletrônicos e combustíveis. O agronegócio, apesar de exportador, sente o peso no custo de produção, especialmente em cadeias menos capitalizadas. Para o consumidor, a pressão inflacionária atinge alimentos, combustíveis e eletrodomésticos.
O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,16%, operando próximo aos 129 mil pontos. Investidores demonstram cautela com o cenário fiscal doméstico e com os sinais contraditórios sobre reforma tributária e metas de gastos para 2025.
Câmbio Volátil Torna 2025 um Ano de Alta Exposição Econômica
A valorização do dólar pode beneficiar setores exportadores no curto prazo, mas sem estabilidade política e confiança fiscal, o câmbio elevado tende a se tornar um fator de corrosão econômica. A resposta do governo e do Banco Central nas próximas semanas será decisiva para evitar desequilíbrios maiores.
Fontes: Banco Central, Valor Econômico, InfoMoney, Bloomberg, Reuters, XP Investimentos