A atividade leiteira é desenvolvida por milhares de propriedades no Brasil, os pecuaristas de leite têm por objetivo maximizar sua produção, torna-la eficiente e lucrativa. Para que isso seja possível alguns indicadores são extremamente importantes, como o número de lactações, sendo utilizado para aferir o desempenho e eficiência da produção de seus animais.
Uma das práticas pouco adotadas pelo produtor rural tem sido o descarte técnico, que quando aliado a reposição de animais, torna-se uma prática indispensável em rebanhos leiteiros. O descarte pode ocorrer de forma voluntária ou involuntária. O descarte voluntário é realizado baseado nos critérios técnicos e análises zootécnicas, de forma a remover vacas ineficientes ou com desempenho inadequado no sistema produtivo. Em contrapartida o descarte ocorrido de forma involuntária dá-se por contratempo, sem um planejamento já definido, onde o produtor é obrigado a fazê-lo devido a ocorrência de problemas reprodutivos, problemas de casco, mastite, doenças, entre outras enfermidades que acometam subitamente os animais.
O descarte involuntário aumenta o custo de reposição e reduz a oportunidade de que vacas com altas produções permaneçam no rebanho. Os prejuízos devido o descarte involuntário tornam-se ainda maiores quando ocorrem em vacas primíparas. Em propriedades onde os manejos são realizados de forma incorreta o número de descartes se torna maiores e mais frequentes.
Em rebanhos estabilizados, a taxa de descarte deve ser igual a taxa de reposição. O descarte pode ser utilizado como estratégia para reposição de animais com genéticas superiores. Recomenda-se uma taxa de no mínimo 20% de descarte voluntário. A taxa de reposição possui papel significativo financeiramente, sendo que a reposição de vacas descartadas por novilhas oriundas da própria propriedade, torna-se um meio simples e economicamente eficiente.
Para realizar o descarte são recomendados alguns critérios:
– Descarte imediato de vacas secas com problemas reprodutivos recorrentes – vacas repetidoras de cio e vacas com mais de 10 anos de idade;
– Descarte imediato de vacas ou novilhas com distúrbios físicos ou lesões graves de acidentes que comprometam a produção ou a reprodução;
– Descarte imediato de vacas e novilhas com mastite crônica;
– Descarte sequencial das vacas de menor produção observada no controle zootécnico;
– Em caso de animais excedentes ao tamanho desejado do rebanho, realizar descarte das vacas de menor produção;
– Reposição das vacas descartadas por novilhas de maior produção do plantel ou vacas adquiridas
A decisão de descartar uma vaca de seu rebanho deve ser baseada no critério de expectativa de desempenho produtivo e econômico, visando a vida produtiva do animal, quanto maior o tempo de permanência do animal no rebanho maior lucro e retorno financeiro obtido.
Conhece quais os principais motivos de descarte de sua propriedade? Essa informação é extremamente importante pois indica problemas de manejo que a propriedade vem enfrentando e também indica caminho a se tomar para que soluções sejam tomadas. Com o Leigado você registra os principais motivos de descarte e tem indicadores precisos para tomada de decisões. Teste gratuitamente.
E aí já está desenvolvendo o plano de qualificação dos fornecedores de leite no seu laticínio? Venha conhecer a solução da Leigado para executar o PQFL.
REFERENCIAS:
SILVA, L.A.F.; COELHO, K.O.; MACHADO, P.F.; SILVA, M.A.M.; MOURA, M.I.; BARBOSA, V.T.; BARBOSA, M.M.; GOULARI, D.S. Causas de descarte de vacas da raça Holandesa confinadas em uma população de 2.083 bovinos: 2000–2003. Ciência Animal Brasileira, v.9, n.2, p.383-389, 2008.
Ribeiro A.C.; McAllister, A.J.; Queiroz ,S.A. de. Efeito das Taxas de Descarte sobre Medidas Econômicas de Vacas Leiteiras em Kentucky. R. Bras. Zootec., v.32, n.6, p.1737-1746, 2003.
Descarte Técnico de Vacas Leiteiras. Embrapa, agosto de 2015. Disponível em : https://www.embrapa.br/fale-conosco/sac . Acesso em maio de 2020.
Por Jucemara Rösler, mestranda em zootecnia.