A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) espera divulgar a regra definitiva do Fiagro até o final de setembro, após discutir alterações em uma reunião de regulação nas próximas semanas. A informação foi anunciada por João Pedro Nascimento, presidente da CVM, no 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado pela ABAG em parceria com a B3.
Fabiana Perobelli, da B3, destacou que o Fiagro democratizou o acesso dos investidores ao mercado agro, simplificando o processo ao reunir diversos instrumentos financeiros. Ela enfatizou a importância da governança e transparência, o interesse por projetos ambientais e a necessidade de segurança jurídica.
Perobelli também mencionou a relevância do seguro de preços, apontando que o Brasil deve ser protagonista na formação de preços agrícolas. Um estudo da CVM mostra que o agronegócio representa menos de 5% do mercado de capitais, indicando potencial de crescimento. “O crescimento dos instrumentos tem alcançado índice superior a 100%, mas a base é muito baixa, assim há muitas oportunidades. Precisamos promover essa aproximação do agro com o mercado de capitais”, disse Nascimento.
“A realidade brasileira é diferente de outros países. Nossa matriz energética é renovável, com baixa emissão de carbono, ao contrário do que acontece no continente europeu, e temos um imenso ativo verde, que não gera ganhos para o produtor. A meta é desenvolver consenso do que buscamos e para que queremos o mercado de carbono”, explicou o professor Daniel Vargas (Fundação Getulio Vargas – Escola de Economia de São Paulo).
O deputado federal Arnaldo Jardim abordou as prioridades da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) do ponto de vista de mudanças climáticas, aumentando a capacidade de reservação de rios, represas, lagos e etc. “A irrigação será o grande aliado para o salto exponencial da agricultura”, afirmou. Ele frisou ainda que a FPA tem discutido uma reforma do estado, autorregulação para um estado submetido aos anseios da sociedade. “Para isso precisamos ter boas parcerias, alianças e criatividade. Assim, a FPA é reformista e com visão ideológica com um agro que precisa andar com suas pernas, abrir e multiplicar o conhecimento para o crescimento e papel do setor”.