O mercado voluntário de carbono é crucial para mitigar o aquecimento global, incentivando países e empresas a reduzirem suas emissões através da precificação do carbono. Um relatório recente do Grupo Consultivo para a Crise Climática (CCAG) destaca a necessidade de princípios científicos e transparência na definição dos créditos de carbono, influenciando a discussão sobre o tema. Este relatório, parte de uma série independente pelo CCAG, envolve 15 especialistas climáticos de dez países, buscando impactar decisões sobre a crise climática.
O relatório visa fortalecer a confiança no mercado voluntário de carbono, que atualmente enfrenta limitações na redução de emissões de carbono. Ele apresenta sete recomendações principais que expandem os princípios de compensação de carbono da Universidade de Oxford e propõe um caminho para o mercado superar críticas recentes, reconstruindo confiança através da ciência. Entre as propostas estão o apoio a projetos que efetivamente reduzam emissões de carbono e a redistribuição de financiamento e benefícios para as comunidades locais onde os projetos são implementados.
“O mercado voluntário de carbono tem o potencial de fornecer cobenefícios para comunidades locais no Sul Global, criando riqueza para áreas que mais precisam de recursos na transição para o zero líquido”, ressalta a pesquisadora da UnB Mercedes Bustamante, membro do CCAG. “Mas cabe a nós garantir que o sistema seja mais rigoroso e capaz de fornecer os resultados prometidos, e financiar a transição para energia limpa de forma equitativa.”
O relatório sublinha a necessidade de regulamentações globais e locais para assegurar a qualidade dos créditos de carbono, incentivando organizações a reduzirem suas emissões antes de participarem do mercado voluntário. Propõe a adoção de rigor científico em medições, monitoramento e relatórios para reformar o mercado atual, maximizando seu potencial de contribuição para os esforços climáticos.
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