Nos próximos dias, o Brasil celebra 50 anos de relações bilaterais com a China, seu principal parceiro comercial. Em 2023, o comércio bilateral atingiu US$ 157,5 bilhões, com o Brasil exportando commodities e importando bens de alto valor agregado. O Brasil busca diversificar exportações e reindustrializar-se com capital chinês.
Esses temas foram debatidos na Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) em São Paulo, com participação online do Presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e do economista chinês David Daokui Li, além de líderes empresariais e autoridades de ambos os países. “Queremos neo-industrializar o Brasil, adensar as cadeias produtivas”, afirmou Alckmin. Segundo ele, o governo atual está empenhado em avançar ainda mais em comércio e investimentos recíprocos com a China, e citou como oportunidades os projetos do Novo PAC em áreas de infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos e energia.
Alckmin destacou o programa Nova Indústria Brasil (NIB) e os benefícios esperados da Reforma Tributária para a economia brasileira. Ele mencionou um estudo do Ipea que projeta um aumento de 12% no PIB, 14% nos investimentos e 17% nas exportações. O economista chinês David Daokui Li, uma voz respeitada na economia chinesa, reconheceu as dificuldades atuais da China, mas expressou confiança na recuperação econômica impulsionada pelo aumento do consumo doméstico. Ele afirmou que a economia chinesa enfrenta desafios, mas o governo está ciente e lançou uma série de reformas para solucioná-los.
Para o Embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, Presidente do CEBC, não há dúvidas de que a percepção dominante é a de que o meio século de cooperação entre os dois países deixou um saldo amplamente positivo. “Mesmo tendo como pano de fundo a instabilidade nas relações internacionais, no mundo em transição acelerada em que vivemos desde o fim da Guerra Fria”, afirmou.