Com avanço da colheita da primeira safra, mercado registra retração nos preços enquanto novo indicador ajuda na negociação entre produtor e indústria.
Oferta em Alta: Colheita de Primeira Safra Avança para 77%
Dados da Conab apontam que até 5 de abril, 77,1% da área nacional de feijão já havia sido colhida. Com o aumento na disponibilidade, o preço médio da saca de feijão carioca tipo 1 caiu para R$ 240, após ter ultrapassado os R$ 285 em fevereiro. Para o feijão preto, a média atual gira em torno de R$ 270/saca, também em leve queda.
A grande variabilidade da qualidade dos grãos tem influenciado o comportamento dos compradores. Feijões com grãos quebrados, manchas ou excesso de umidade são negociados com até 20% de deságio em relação aos preços de referência.
Nova Ferramenta de Precificação da CNA e Cepea Aumenta a Transparência
Para facilitar a negociação e padronizar informações, a CNA e o Cepea lançaram um novo indicador nacional de preços do feijão, que considera a realidade regional, o tipo de grão e os custos de produção. A medida foi bem recebida por cooperativas e atacadistas, que esperam maior equilíbrio nas relações comerciais.
Apesar da boa oferta, a expectativa é de estabilidade na demanda, o que pode manter os preços moderados nos próximos meses. A Conab projeta leve recuo de 2,5% na área da segunda safra, devido à concorrência com milho e aumento nos custos de fertilizantes.
O Mercado do Feijão Ganha Instrumento Estratégico, Mas Produtor Precisa Ficar Atento à Qualidade
Com preços mais baixos e foco renovado na padronização, o momento é ideal para que produtores invistam em manejo pós-colheita e se preparem para negociações mais exigentes.
Fontes: Conab, CNA, Cepea, IBGE, Canal Rural, Sistema FAEP, Globo Rural