Segundo a TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Rio Grande do Sul concentra-se na nova safra, com aproximadamente 80.000 toneladas da safra 22/23 ainda em estoque fora dos moinhos. As chuvas recentes, que variaram entre 35 e 50 milímetros, interromperam a colheita na quarta-feira, impossibilitando a entrada de máquinas. Relatos indicam que parte do trigo colhido no domingo e na segunda-feira perdeu FN (Falling Number), indicando início de germinação nas espigas, mas o volume afetado parece ser pequeno.
Em Santa Catarina, os preços pagos aos produtores começaram a reagir em setembro, segundo dados do boletim Epagri. O preço médio do trigo com PH 78 subiu 4,33% no mês e 17,28% em termos reais na variação anual. No Rio Grande do Sul, o preço médio registrou uma queda mensal de 0,84%, mas, em um ano, houve alta de 13,35%. Já no Paraná, o preço médio anual do trigo no mercado-balcão teve um aumento significativo de 46,90%, destacando a valorização no estado.
No Paraná, as chuvas causam preocupações quanto à qualidade do trigo, o que leva moinhos a buscar matéria-prima no Rio Grande do Sul, com preços entre R$ 1.150 e R$ 1.200 por tonelada, que chegam a R$ 1.640/t CIF, sugerindo uma possível alta futura nos valores. O mercado local se mantém firme, com disputa entre cooperativas e cerealistas pelo produto para seus armazéns. Além disso, o trigo importado do Paraguai segue competitivo, com preços subindo para R$ 1.430 CIF em Cascavel e R$ 1.460 CIF em Ponta Grossa, mas as indicações dos compradores têm caído, mostrando um movimento instável.