Tecnologias e informações para aumentar a produtividade, qualidade e competitividade da pimenta-do-reino produzida no Pará estão no Calendário 2021 de Boas Práticas para o Cultivo da Pimenteira-do-Reino, que a Embrapa Amazônia Oriental e a empresa Tropoc, sediada em Castanhal (PA), apresentam aos pipericultores paraenses. O produto traz todas as práticas e orientações que o agricultor deve seguir de janeiro a dezembro, desde o preparo da área, produção de mudas, plantio, manejo, colheita e armazenamento dos grãos.
Acesse aqui o Calendário 2021 de Boas Práticas para o Cultivo da Pimenta-do-Reino
O Pará é o segundo maior produtor nacional de pimenta-do-reino, responsável por 34% da produção brasileira, que em 2019 foi de 110 mil toneladas. A pipericultura paraense é uma atividade característica da agricultura familiar, principalmente da região de Tomé-Açu, atividade que movimentou em torno de 224 milhões de reais, em 2019, segundo o IBGE.
O pesquisador Oriel Lemos, da Embrapa Amazônia Oriental, diz que o calendário é fruto da parceria entre a pesquisa, a iniciativa privada e os pipericultores paraenses. “O produtor terá nas mãos todas as orientações que deverá executar de mês a mês na sua lavoura para ter um pimental mais produtivo e assim gerar um produto com mais qualidade e mais competitivo no mercado”, conta o especialista. O calendário é disponibilizado inicialmente na versão eletrônica e em breve será distribuído na versão impressa aos pipericultores paraenses.
A empresa Tropoc, parceira da Embrapa, e também autora do documento, exporta pimenta-do-reino para a Europa e EUA dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade. A empresa tem mais de 500 produtores cadastrados de 17 municípios paraenses, que têm a produção 100% rastreada, desde o monitoramento no campo com o uso de boas práticas de cultivo, até o beneficiamento e embarque da pimenta para o mercado internacional.
Para o industrial André Kich, que representa um dos maiores fabricantes europeus de especiarias, o grupo Fuchs (Alemanha), existe uma grande expectativa em torno da melhoria da qualidade da pimenta-do-reino produzida no Pará. “O mundo procura uma pimenta cada vez mais sustentável com menos teor de defensivos agrícolas e que esteja dentro dos mais altos padrões alimentícios internacionais”, ressalta.
Ele espera que os órgãos envolvidos com o agronegócio da pimenta-do-reino no estado possam usar o calendário como uma referência de apoio no controle das atividades da pipericultura. “O documento se apresenta como um importante mecanismo não somente para o produtor de pimenta-do-reino, mas para todo o segmento, como o transporte, empresas de venda de insumos, empresas de classificação e limpeza e exportadoras, contribuindo para colocar a pimenta brasileira num patamar internacional de excelência”, afirma.
Tecnologias de janeiro a dezembroO calendário ajuda a planejar e organizar as atividades na implantação, condução e manutenção dos plantios de pimenta-do-reino. O documento apresenta as práticas para a produção de mudas sadias, o momento certo de fazer a adubação nos plantios, monitorar o ataque de pragas, controlar ervas daninhas, observar a necessidade de irrigação, monitorar a floração, fazer a colheita de acordo com a maturação dos frutos, entre outras práticas. A Embrapa já gerou um conjunto de tecnologias e boas práticas para o cultivo da pimenteira-do-reino. Entre elas estão sete cultivares (variedades melhoradas) para o estado do Pará: Bragantina, Cingapura, Guajarina, BRS Apra, BRS Iaçará, BRS Kottanadan e BRS Kuthiravally. O pesquisador Oriel Lemos explica que a escolha das cultivares depende de cada produtor, mas é importante ter um plantio diversificado e livre de doenças. “O ideal é plantar variedades diferentes, utilizando mudas sadias e de viveiristas credenciados pelo Ministério da Agricultura. Esta é uma das dicas que o calendário apresenta”, exemplifica o especialista. Outra tecnologia presente no Calendário 2021 de Boas Práticas de Cultivo da Pimenta-do-Reino é o uso do tutor vivo de gliricídia (Gliricidia sepium L.) em substituição às estacas de madeira (conhecido como tutor morto). A gliricídia é uma árvore leguminosa nativa da América Central, cujo tronco serve de apoio para o crescimento de plantas trepadeiras. O uso dessa planta reduz em quase 30% o custo de implantação do pimental, em comparação ao sistema tradicional com as estacas de madeira, que além de encarecerem a produção, têm um grande impacto ambiental. Fonte: Embrapa |