O Brasil tinha 14,1 milhões de desempregados ao final do terceiro trimestre, com a taxa de desemprego em nova máxima recorde, reflexo do constante aumento da procura por trabalho após a flexibilização das medidas de contenção ao coronavírus
A pandemia de Covid-19 causou profundos danos no mercado de trabalho, que costuma ser o último a se recuperar de crises, com a taxa de desemprego chegando a 14,6% nos três meses até setembro, de 13,3% no segundo trimestre. O dado divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) na sexta-feira renovou o recorde da série iniciada em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O cenário de 2020 é muito complicado por conta do impacto da pandemia. Acho pouco provável se esperar que de um trimestre para o outro vai zerar tudo que se perdeu nos dois primeiros trimestres de 2020”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. “A perda de empregados foi tão grande na pandemia que precisamos de muito tempo pela frente”, completou. O Brasil tinha um total de 14,092 milhões de desempregados ao final do terceiro trimestre, um aumento de 10,2% em relação ao período entre abril e junho e de 12,6% sobre o mesmo período do ano anterior. O número de pessoas ocupadas, por sua vez, recuou 1,1% entre julho e setembro sobre o trimestre anterior e 12,1% na comparação anual, somando um total de 82,464 milhões, menor patamar da série histórica. Com isso, o nível de ocupação foi de 47,1% no período, também o menor da série, de 47,9% no trimestre anterior. Segundo o IBGE, o nível de ocupação está abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país. Os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada somavam 9,013 milhões nos três meses até setembro, de 8,639 milhões nos três meses imediatamente anteriores. Os que tinham carteira assinada no período eram 29,366 milhões, de 30,154 milhões antes, segundo os dados do IBGE. Entre as atividades, somente construção e agricultura apresentaram no terceiro trimestre aumento da população ocupada. Na construção, o aumento foi de 7,5% –ou 399 mil pessoas a mais trabalhando no setor. Na agricultura, a alta foi de 3,8% — 304 mil trabalhadores a mais.
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Fonte: REUTERS