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Bolsonaro sobe o tom, diz que Ramagem é perseguido e põe em dúvida vitória de Lula

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atraiu todas as atenções durante um evento de campanha do deputado federal Alexandre Ramagem, pré-candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira (18).

Os dois aliados estiveram juntos no primeiro ato público desde que veio à tona a gravação de uma reunião entre Bolsonaro, Ramagem, o general Augusto Heleno (então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI) e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em 2020.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o encontro teria servido para que fosse discutida uma espécie de blindagem de Flávio, que era alvo de investigações sobre a prática de “rachadinha” em seu gabinete parlamentar, quando ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

A gravação da reunião teria sido feita por Ramagem, de acordo com a PF. As investigações apuram a suposta utilização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin, então comandada por Ramagem) para monitorar e espionar políticos, parlamentares, agentes públicos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso ficou conhecido como “Abin paralela”.

No ato da pré-campanha de Ramagem, nesta quinta, no bairro da Tijuca (zona norte do Rio), Bolsonaro voltou a insinuar, sem apresentar provas, que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 foi irregular.

“O que aconteceu no final de 2022, um dia, nós recuperando a liberdade de expressão, vocês tomarão conhecimento”, afirmou Bolsonaro ao público de apoiadores que acompanhava o evento.

“Nós podemos ver, ou até já vimos, um time de futebol ser campeão sem torcida. Mas um presidente da República eleito sem povo é a primeira vez na história do Brasil”, disse.

Bolsonaro, que está inelegível até 2030 após condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu a entender que não conquistou um segundo mandato por suposta interferência externa no processo eleitoral.

“Eu repito: quem fez o meu divórcio [da Presidência da República] em 2022 não foi a população brasileira”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro relembrou o fato de não ter passado a faixa presidencial a Lula, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023. Poucos dias antes do encerramento de seu mandato no Planalto, o ex-presidente deixou o Brasil e partiu para uma espécie de “exílio voluntário” nos Estados Unidos.

“Não estive em comunidade aqui reunido com traficantes. Eu não recebi, e jamais receberia, a dama do tráfico em meu gabinete em Brasília”, acusou Bolsonaro. “Alguns achavam que eu deveria passar a faixa para aquele cara. Eu não passo a faixa para ladrão”, completou.

 

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