Cenario Rural

Boi Gordo Abre Semana com Estabilidade e Baixa Liquidez, Mas Indústria Deve Retomar Compras com Força

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Após o feriado prolongado, mercado físico registra lentidão nos negócios. Especialistas indicam que frigoríficos devem acelerar aquisições até o fim da semana para recompor estoques. Exportações seguem firmes e valorização no atacado impulsiona o setor.

Mercado Lento e Preços Estáveis na Segunda-Feira Pós-Feriado

O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com estabilidade nos preços e baixa liquidez, comportamento comum após feriados prolongados. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, os preços da arroba permaneceram inalterados em 29 das 32 praças pecuárias monitoradas.

Em São Paulo, referência do setor, o boi gordo fechou cotado a R$ 330/@, a vaca gorda a R$ 290/@ e a novilha gorda a R$ 310/@. O boi China — animal jovem e com rastreabilidade para exportação — segue valorizado, alcançando R$ 335/@ com ágio de R$ 5 em relação ao boi comum.

Indústria Deve Atuar de Forma Mais Intensa no Curto Prazo

Apesar da calmaria inicial, analistas indicam que a indústria frigorífica tende a operar de forma mais agressiva até o final da semana. A redução do volume de abates durante o feriado impactou os estoques de carne, e os frigoríficos agora devem buscar recomposição da oferta para atender à demanda interna e às exportações.

A tendência é de aumento na liquidez dos negócios a partir de quarta-feira, com possibilidade de ajustes positivos nos preços, especialmente para animais de melhor padrão e prontos para o abate.

Valorização no Atacado Reforça Margem da Indústria

Os preços da carne bovina no atacado também apresentaram reação positiva, impulsionados pela menor disponibilidade de proteína nos entrepostos. A carcaça casada teve alta de 2,31%, cotada a R$ 22,74/kg. O dianteiro bovino subiu 2,73%, chegando a R$ 20,55/kg, e o traseiro valorizou 1,73%, alcançando R$ 25,23/kg.

Outros cortes populares também acompanharam a tendência de alta, como a ponta de agulha, que subiu 2,28%, e a vaca casada, que fechou o dia em R$ 20,55/kg.

Exportações Disparam em Abril e Sustentam Mercado

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil exportou 159,3 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada entre 1º e 22 de abril. A receita acumulada no período foi de US$ 795,7 milhões.

A média diária de embarques é de 12,26 mil toneladas, com preço médio por tonelada de US$ 4.994,20. Os números representam aumentos de 43,1% no valor médio diário exportado, 29,8% no volume e 10,2% no preço médio da tonelada em relação a abril de 2024.

Câmbio Reforça Competitividade das Exportações

O câmbio segue favorável ao exportador. O dólar recuou 0,77% na última semana, sendo cotado a R$ 5,86 em média, pressionado por incertezas políticas nos Estados Unidos e especulações sobre uma possível trégua na guerra comercial entre EUA e China. Essa valorização do real amplia as margens da indústria exportadora e ajuda a manter o escoamento da produção.

Semana Começa com Cautela, Mas Tendência É de Aquecimento

O mercado do boi gordo abriu a semana em ritmo moroso, típico de pós-feriado, mas a expectativa é de retomada na movimentação com a reativação da demanda industrial. A valorização no atacado, aliada ao bom desempenho das exportações, deve sustentar os preços da arroba nos próximos dias.

A indústria deve intensificar compras a partir de quarta-feira, e os pecuaristas devem aproveitar o momento para negociar lotes com maior valorização. O cenário, no entanto, seguirá sensível às variações cambiais e ao comportamento da demanda internacional.

Fontes: Scot Consultoria, Compre Rural, SECEX, Globo Rural, Cepea

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