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Banco Central mantém Selic em 2% e reconhece inflação maior

O Banco Central manteve na quarta-feira a Selic em sua mínima histórica de 2% ao ano após nove cortes consecutivos, conforme esperado pelo mercado, e, num comunicado sem grandes novidades quanto à política monetária, reconheceu que a inflação deve acelerar no curto prazo

“Contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”, disse o BC. Ao falar sobre seu balanço de riscos para a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) introduziu uma nova mensagem ao ponderar, quanto à possibilidade de derrocada da economia produzir inflação abaixo do esperado, que a ociosidade está notadamente concentrada no setor de serviços. De qualquer forma, o BC não mudou a avaliação de que há uma assimetria em seu balanço para o lado altista por duas razões já citadas em comunicado anterior. De um lado, o BC destaca eventual elevação dos prêmios de risco pela frustração com reformas ou por políticas fiscais que deteriorem de forma prolongada as contas públicas. De outro, a autarquia menciona chance de os programas do governo de estímulo ao crédito e de apoio direto à renda durante a crise do coronavírus impulsionarem a atividade para além do esperado. No comunicado, o BC também repetiu a existência de um pequeno espaço, se algum, para cortar os juros à frente. E reiterou a orientação futura, já divulgada anteriormente, de que não pretende elevar a taxa básica “a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta” em seu horizonte relevante, que atualmente inclui 2021 e, em grau menor, 2022. O BC frisou que o chamado “forward guidance” é condicional à manutenção do atual regime fiscal – o qual prevê obediência à regra do teto de gastos– e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo. O BC atualizará suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) no fim deste mês, em seu relatório trimestral de inflação. Até aqui, a expectativa era contração de 6,4% este ano, mas com viés de melhora. Nesta semana, o Ministério da Economia reafirmou sua estimativa de queda de 4,7% do PIB, ao passo que agentes de mercado preveem um tombo de 5,11% para a atividade. O Copom, entretanto, ponderou que “há bastante incerteza sobre a evolução desse cenário, frente a uma possível redução dos estímulos governamentais e à própria evolução da pandemia da Covid-19”.

Leia a notícia na íntegra no Abrafrigo

Fonte: REUTERS 

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