Brasília (11/07/2020) – O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, foi o convidado da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em uma transmissão ao vivo, pelo Instagram, no sábado (11).
O tema do encontro foi a importância da assistência técnica para gerar renda e transformar a vida dos produtores rurais brasileiros. Apesar do crescimento do setor nos últimos anos, dados do censo agropecuário de 2017, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que menos de 20% dos estabelecimentos receberam o serviço.
“Queremos levar assistência técnica para todo Brasil, principalmente para os pequenos e médios produtores. Sabemos que o Senar oferece assistência de qualidade e que realmente consegue mudar a vida de quem quer aprender a produzir, colher e comercializar”, disse ela.
Daniel Carrara destacou que o tema é uma das prioridades do Sistema CNA/Senar atualmente. Segundo ele, a metodologia de Assistência Técnica e Gerecial (ATeG) do Senar funciona como uma “consultoria”, focada na transferência de tecnologia e na gestão da propriedade para gerar renda aos produtores.
“Mudamos o conceito da assistência técnica no Brasil. Hoje, significa transferência de tecnologia. Não precisa ser a mais avançada, mas a tecnologia mais adequada para que o produtor consiga ganhar dinheiro”, disse.
Na ATeG, técnicos especializados atendem grupos de produtores dentro de uma mesma cadeia produtiva. É realizado um diagnóstico e traçado um plano de negócios para cada propriedade. Conforme Carrara, a metodologia já atendeu quase 100 mil produtores no Brasil e alcançou resultados importantes desde que foi criada, há cinco anos.
AgroNordeste – A parceria mais recente entre o Senar e o Ministério da Agricultura é no Programa AgroNordeste, que tem entre os seus objetivos a ampliação da ATeG nos estados da região e no norte de Minas Gerais.
Tereza Cristina disse que está “entusiasmada” com a iniciativa e que acredita no potencial do Nordeste, mas reforçou a necessidade de assistência técnica para o desenvolvimento de cadeias produtivas como a fruticultura, a ovinocaprinocultura e a floricultura.
“A assistência técnica precisa chegar a esses produtores. Por isso é importante termos o Senar como parceiro do Mapa, pois é uma instituição que já realiza diversos programas na região”.
O diretor-geral do Senar ressalta que o Programa vai desenvolver polos de desenvolvimento em cadeias específicas para que as populações tenham renda e valor agregado. A meta inicial é atender 25 mil produtores com ATeG, mas, conforme ele, o número de pessoas beneficiadas indiretamente chegará a 500 mil.
“Vamos fazer uma concentração de esforços de várias instituições. Não é só transferência de tecnologia, teremos ações de logística, de mercado e de colocação de renda para que esse produtor consiga ficar lá e ter rentabilidade. Será um impacto bem significativo”.
Outra parceria de sucesso entre o Senar e o Ministério da Agricultura citada no encontro foi o Programa Mapa Leite. A iniciativa beneficiou 3.300 produtores de leite em cinco estados – Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – com ações de ATeG.
A conversa também abordou temas como o aumento do uso de novas ferramentas, o crescimento da educação a distância e o atendimento virtual da ATeG em tempos de pandemia. Os dois destacaram a necessidade de adaptação ao momento e o papel fundamental que os jovens terão na gestão das propriedades daqui para frente.
“Estamos em um momento de união. Essa conversa traz ânimo e mostra que não estamos parados. O Covid veio, atrapalhou a vida de todo mundo, mas estamos nos reinventando”, declarou Tereza Cristina.
Fonte:CNA