A pandemia global do Coronavírus, o Covid 19, provocou uma realidade sem precedentes na história recente da humanidade. A inovação Agro 4.0 não está à parte, também é impactada, mas, por outro lado, ajuda a mitigar prejuízos e pode inclusive consolidar “propostas de valor” do setor para a sociedade.
Resumir todas as contribuições de agtechs, empresas e institutos inovadores, se fosse possível, exigiria mais que um artigo mas vale a reflexão, ainda que desprovida de estatísticas ou distanciamento da crise sanitária ainda em curso.
O benefício mais óbvio da inovação é suas soluções de comunicação on line, que reduzem ou eliminam a necessidade de contato entre pessoas, principal fator de transmissão da doença.
Este recurso já é efetivo em todos os elos da cadeia, desde o “antes da porteira” e dentro das fazendas até no setor de processamento, distribuição e restaurantes, supermercados e etc. Há inclusive plataformas especificas do agro, que permitem troca de dados, mapas e outros indicadores em tempo real via internet.
Dimensionar este benefício em números vai para o campo da especulação. De qualquer modo, todos somos testemunhas da importância das “plataformas on line” de comunicação, que estão garantindo a continuidade do trabalho de milhões de pessoas e, também, reduzindo o nível de exposição ao vírus.
Produção
Outras soluções Agro 4.0 são ligadas diretamente à produção, seja de insumos, matérias-primas e produtos acabados. Além de igualmente reduzir a exposição das pessoas, tais inovações também facilitam que a eficiência/produção seja mantida. Neste sentido, toda a produção agropecuária brasileira, que inclui cerca de 300 espécies, é potencialmente favorecida.
Sensores, máquinas “autônomas”, robôs, drones, processos automatizados, entre outras, já respondem ou podem responder por boa parte das atividades nas indústrias de insumos e equipamentos, fazendas e granjas. Sem estes recursos, certamente, o impacto seria maior e mais preocupante no Brasil e no mundo.
Distribuição
Quanto à distribuição, a otimização logística das entregas também tem contribuição relevante. Hoje são necessários menos veículos para transportar a mesma carga graças à inteligência de softwares. Sem falar no boom de serviços de entrega, que podem reduzir o número de pessoas nas ruas.
Se minimizar a necessidade de contato pessoal favorece todos estes aspectos, por outro lado, a inovação no agro contribui de outras formas para garantir a proteção das pessoas.
Dois exemplos singelos. Os ganhos de eficiência com inovação no setor algodoeiro tornam os tecidos das máscaras mais acessíveis (em que pese a explosão da demanda); e da cadeia da cana, idem, para álcool em gel e combustíveis.
Cura?
Mas, se o cenário persistir, o aporte da inovação no agro pode ir além, quando associada a outras áreas do conhecimento e da ciência. Caso estimuladas, a biotecnologia e nanotecnologia, por exemplo, têm muitos recursos técnicos para explorar matérias-primas do campo e, quem sabe, até mesmo viabilizar curas ou vacinas mais eficientes.
Em resumo, o Agro 4.0 é mais do que uma alternativa. As necessidades extraordinárias do momento demonstram sua importância para a sociedade e podem acelerar seu processo de adoção definitivamente.
Não seria surpresa. Algumas das revoluções na história da humanidade surgiram ou se consolidaram em situações extremas. Parece ser este o caso