Cenario Rural

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Açúcar em Queda: Clima Adverso e Excesso de Oferta Pressionam Cotações

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Os contratos futuros do açúcar voltaram a registrar quedas expressivas nas principais bolsas de commodities nesta semana. Na ICE Futures de Nova York, o contrato com vencimento em maio de 2025 foi negociado a 19,35 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 16 pontos em relação à sessão anterior.

Tendência de Baixa se Consolida

O movimento de queda tem sido observado de forma contínua ao longo de março, pressionado por uma combinação de fatores, entre eles o aumento da oferta global e incertezas em torno do consumo nos principais mercados importadores. As baixas também foram registradas em Londres, onde os contratos caíram para US$ 552,90 por tonelada métrica.

No Brasil, a safra 2024/25 da cana-de-açúcar começou com ritmo acelerado em algumas regiões do Centro-Sul. A estimativa da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) é de uma produção superior à do ciclo anterior, o que aumenta a disponibilidade do produto para o mercado internacional.

Quebras na Índia Não Compensam Excedente

Apesar das perdas produtivas na Índia devido a problemas climáticos, como estiagens em Maharashtra e Uttar Pradesh, o volume global ainda é suficiente para manter os estoques elevados. O país asiático já sinalizou a redução de exportações, mas sem impacto imediato nas cotações.

O consumo mundial de açúcar tem crescido em ritmo mais lento, especialmente em países desenvolvidos, onde políticas públicas de redução de açúcar em alimentos e bebidas impactam a demanda. Além disso, a alta dos juros e o dólar forte reduzem o apetite de compra em mercados emergentes.

Efeito Cambial no Brasil

No mercado interno brasileiro, o real desvalorizado tem ajudado a manter alguma competitividade nas exportações, mas os preços pagos aos produtores estão sob pressão. Usinas têm priorizado a produção de etanol anidro e hidratado, cuja margem está mais favorável.

Relatórios do USDA indicam que os estoques globais de açúcar devem encerrar a temporada 2024/25 com leve alta, principalmente por conta da recuperação na Tailândia e do desempenho estável no Brasil. Esse excesso limita qualquer tentativa de reação imediata nos preços.

Diante da instabilidade, usinas e tradings têm intensificado o uso de instrumentos de hedge no mercado futuro para proteger margens e garantir previsibilidade nos contratos de exportação. O cenário volátil exige planejamento financeiro mais robusto.

Projeções para o Segundo Trimestre

Especialistas não descartam novas quedas caso as condições climáticas no Hemisfério Sul se mantenham favoráveis. A expectativa é de preços entre 18,80 e 19,50 centavos de dólar por libra-peso até o final de abril, segundo levantamento da StoneX.

O mercado de açúcar entra em 2025 com cenário desafiador. Mesmo com eventos climáticos afetando grandes produtores, o excesso de oferta global combinado à demanda moderada impõe pressão sobre os preços. Para o Brasil, a estratégia será equilibrar a produção entre açúcar e etanol, buscando rentabilidade em meio à volatilidade.

Fontes: ICE Futures, Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), USDA, StoneX, Canal Rural, Valor Econômico, Agência UDOP

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