O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta quinta-feira (24), durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro, que a falta de manejo preventivo do fogo potencializou as queimadas registradas no Pantanal em 2020. O bioma é a maior planície alagada do planeta, com mais de 150 mil quilômetros quadrados. Os incêndios, este ano, já destruíram mais de 3 milhões de hectares na região.
“Quando você, fora do período seco, fora do período quente, coloca fogo de propósito e de maneira controlada pra diminuir a quantidade de matéria orgânica, resto de folha, galhos, enfim, se você não faz isso durante dois anos, que é o que vem acontecendo lá, aquele material vai se acumulando e secando de tal forma que, quando pega fogo, pega fogo numa proporção que é muito difícil de controlar porque não tomou a medida preventiva no tempo correto. E, por isso, as queimadas deste ano foram muito piores do que em períodos anteriores”, explicou.
Ricardo Salles também afirmou que não se deve responsabilizar os pecuaristas do Pantanal por atear fogo no bioma e argumentou que a criação de gado na região ajuda a controlar o acúmulo de matéria orgânica. “O pantaneiro, o pecuarista lá é um colaborador. E a pecuária ajuda a diminuir a matéria orgânica porque o gado come pasto e não deixa acumular”, apontou. Mais cedo, ele esteve na cidade pantaneira de Poconé (MT) acompanhando o trabalho de brigadistas no combate às chamas.
Durante a live, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil é o país “que mais preserva suas florestas” e que seu governo é vítima de uma campanha internacional de desinformação que tem, segundo ele, motivações comerciais.
“O Brasil é o país que mais preserva. Agora, por que esse ataque criminoso, essa desinformação absurda em cima do Brasil? É o jogo econômico. Nós temos commodities, o que produzimos no campo. E, obviamente, países – não quero citar nomes para não ter polêmica, mas o pessoal deve saber qual país europeu está muito interessado nisso – fazem uma campanha massiva no Brasil, nos acusando de ser terroristas ambientais”.
Fonte: Agência Brasil